Agricultores baseados no posto administrativo de Mutuali, distrito de Malema, na província Nampula, norte de Moçambique, recusam-se a vender os seus excedentes sobretudo feijão bóer, soja e gergelim da última safra, à espera de melhores preços de mercado.
Em Mutuali o feijão bóer está a ser comercializado ao preço de 10 meticais o quilo contra 12 meticais no pico da sua procura que se regista a partir de meados de Novembro de cada ano.
Segundo escreve o jornal “Noticias”, em relação ao gergelim, o preço preferencial a nível do sector produtivo é de 30 meticais o quilo contra o custo actual de 24 meticais.
A cultura de soja está a ganhar campo no seio do sector familiar em Mutuali devido ao preço competitivo praticado nos primeiros anos do relançamento da cultura no distrito de Malema, considerado celeiro daquela província.
Neste momento, a soja está a ser comercializada a 10 meticais o quilo, mas os produtores dizem que vão aguardar pelo melhor momento para colocar o seu produto no mercado.
O posto administrativo de Mutuali é uma região com um potencial invejável para a prática de actividades agro-pecuárias favorecida pelo seu clima húmido característico das zonas montanhosas que garante a abundância de água para irrigação dos campos através de técnicas inovadoras adoptadas pelos produtores.
Em Mutuali, os produtores beneficiam de treinamento levado a cabo por extensionistas da rede pública e das organizações não-governamentais parceiras do Governo local.
Manuel Aires do Nascimento, chefe do posto administrativo de Mutuali, disse que a estratégia adoptada pelos produtores locais de não comercializar a sua produção neste momento significa o reconhecimento e valorização do esforço despendido na produção agrícola.
“Temos instado os produtores a não se precipitarem em vender os seus produtos, alertando que devem esperar pelo melhor momento do mercado traduzido pela alta de preços oferecidos pelos intervenientes na comercialização, o que significa larga oportunidade de fazer receitas compensadoras ao seu esforço”, disse o chefe do posto.