Para continuarmos  a fazer jornalismo independente dos políticos e da vontade dos anunciantes o @Verdade passou a ter um preço.

Greve na África do Sul agrava-se e Shell declara força maior

A Shell na África do Sul disse, esta Sexta-feira (5), que não conseguirá honrar os seus contratos para entrega de petróleo no entorno de Johanesburgo, o primeiro sinal de que a greve de duas semanas com mais de 20 mil camionistas está a afectar a principal economia da África.

Semanas de greves sem controle atingiram o país, empurrando o rand (moeda sul-africana) para perto da mínima de três anos em relação ao dólar e levantando questões sobre a capacidade do Congresso Nacional Africano em lidar com a crise.

“Há combustível disponível em todo o país, então a questão não é o fornecimento de combustível, mas o desafio de entregá-lo de forma segura nas redes de varejo”, disse a Shell depois de invocar a cláusula de “força maior”, que permite quebra de contrato devido a situações fora de controle.

Outras companhias de petróleo estão a evitar a medida e não seguiram ainda a decisão da Shell. O sindicato dos transportadores Satawu está a instigar os ferroviários e os trabalhadores portuários a juntarem-se à greve na próxima semana.

O sector de mineração, que responde por cerca de 6 por cento do PIB do país, tem sido particularmente afectado pela greve, com o maior número de participantes do movimento entre os trabalhadores dos sectores de platina, ouro e minério de ferro.

Próximo do “cinturão de platina” na cidade Rustenburg, 120 km a noroeste de Johanesburgo, os trabalhadores disseram que um minerador foi morto por uma bala de borracha por um policial durante a madrugada, elevando o número de mortes a 48.

A greve também estendeu-se para o sector manufactureiro pela primeira vez, esta semana, com trabalhadores da Toyota, em Durban, a paralisarem operações e a pedirem aumento de salário. “Até onde eu sei, os trabalhadores retornaram ao trabalho e a produção foi reiniciada”, disse o porta-voz da Toyota, Leo Kok.

A produção de carvão do país, um dos principais fornecedores mundiais, ainda não foi muito afectada. Se a greve espalhar-se para o sector, ela poderá afectar o fornecimento para a Eskom, da área de energia, que já vem lutando para evitar a crise de 2008, quando o sistema quase parou. Cerca de 85 por cento da electricidade do país é gerada a partir de plantas abastecidas com carvão.

Facebook
Twitter
LinkedIn
Pinterest

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Related Posts