Um agressivo Mitt Romney travou uma batalha contra o presidente Barack Obama, na noite da Quarta-feira (3), e o candidato republicano pareceu dar um novo impulso à sua campanha com uma sólida performance no seu primeiro debate presidencial.
Com as pesquisas a mostrarem Obama com uma ligeira vantagem entre os eleitores, Romney foi para a ofensiva desde o início do encontro de 90 minutos entre os dois rivais na Universidade de Denver, no Colorado.
Os dois candidatos, lado a lado pela primeira vez após meses de ataques ásperos de campanha, discordaram sobre impostos, saúde e o papel do governo, reflectindo a profunda divisão ideológica em Washington.
Aparentando equilíbrio e bom preparo, Romney destacou o fraco crescimento económico e a taxa de desemprego de 8,1 por cento que deixou Obama vulnerável no seu esforço de conquistar um segundo mandato nas eleições de 6 de Novembro.
“Agora, estou preocupado que nós estamos no caminho que tem sido mal sucedido. O presidente tem uma visão muito semelhante à que ele tinha quando concorreu à Presidência há quatro anos, que é gastar mais, mais impostos, mais regulações, se quiseres, que funcione o gotejamento do gasto do governo. Essa não é a resposta correcta para os Estados Unidos”, disse Romney.
O democrata Obama foi rápido em colocar Romney na defensiva sobre as suas propostas para a revisão do sistema fiscal dos Estados Unidos. Obama disse que Romney estava a promover o mesmo tipo de propostas de corte de impostos que o ex-presidente George W. Bush impôs ao Congresso em 2001 e 2003.
“Acabamos passando de superavitários para deficitários e tudo isso culminou com a pior recessão desde a Grande Depressão”, disse Obama. Diante de ataques de Romney de que a reforma de saúde de Obama de 2010 irá prejudicar a contratação de pequenas empresas, o presidente disse que o seu plano de saúde foi modelado após o programa que Romney iniciou como governador de Massachusetts e que isso “não destruiu empregos” lá.
Romney precisava de vencer
Romney precisava de uma vitória no encontro de 90 minutos para ajudar a colocar a sua campanha de volta a um ritmo positivo, após algumas semanas tumultuadas.
O republicano foi prejudicado por um vídeo gravado secretamente num evento privado de arrecadação de recursos para campanha, no qual ele disse que 47 por cento dos eleitores são dependentes do governo e é improvável que irão apoiá-lo.
Obama, que mantém uma ligeira vantagem nas pesquisas nacionais e está à frente de Romney em alguns Estados importantes, onde a eleição será decidida, buscou evitar prejudicar no debate a sua posição como aparente favorito.
O debate, moderado pelo âncora da PBS, Jim Lehrer, é a melhor oportunidade até agora para atingir um grande número de eleitores directamente, com uma audiência televisiva estimada de 60 milhões de telespectadores.
Ambos os candidatos têm estado sob pressão para fornecer detalhes mais específicos sobre como aquecer novamente a economia norte-americana após uma recuperação prolongada da recessão.
Obama disse que o plano de Romney de reduzir o imposto de renda em 20 por cento e eliminar algumas deduções fiscais deixariam os norte-americanos da classe média a pagarem mais impostos, uma alegação que Romney veementemente negou.
O debate foi o primeiro dos três programados nas próximas quatro semanas. Uma pesquisa diária Reuters/Ipsos mostrou, esta Quarta-feira (3), Obama à frente entre os prováveis eleitores, com 47 por cento, contra 41 por cento de Romney.
Uma nova pesquisa NPR trouxe Obama com 51 por cento, contra 44 por cento de Romney, entre os prováveis eleitores. Outros levantamentos mostraram uma disputa mais apertada, incluindo a pesquisa da NBC/Wall Street Journal divulgada, Terça-feira (2), com Obama na dianteira por apenas 3 pontos percentuais entre os prováveis eleitores, com 49 por cento, contra 46 por cento do seu rival republicano.