O artista e dissidente político mais famoso da China, Ai Weiwei, disse, esta Terça-feira (2), que as autoridades revogaram a licença comercial da empresa que produz as suas obras de arte, no que ele afirma ser um caso forjado como retaliação pelas críticas que faz ao governo.
O artista de renome mundial, que enfrenta uma possível sentença de prisão sob a acusação de evasão fiscal, citou as autoridades a dizerem que a empresa não conseguiu completar os requisitos para um novo registo.
Ai disse que a empresa não conseguiu registar-se porque os documentos necessários para apresentar um relatório anual estavam a ser mantidos pelo governo. As autoridades confiscaram documentos e computadores do artista depois de ele ter sido preso, ano passado, disse Ai.
A detenção de 81 dias provocou um clamor internacional. “Eles devolveram os computadores, mas não os documentos contáveis relativos a tributos,” disse Ai, de 55 anos, acrescentando que recebeu um aviso, Domingo (30), das autoridades de segurança pública informando que a licença estava a ser revogada.
“Como uma questão fiscal, não deveria envolver departamentos de segurança pública”, afirmou ele à Reuters numa entrevista por telefone. “Eles precisam de devolver-me os documentos.”
Os activistas vêm o caso de evasão fiscal como uma tentativa de calar o artista, que tem repetidamente criticado o governo chinês por desrespeitar as regras da lei e os direitos dos cidadãos.
Um tribunal chinês, mês passado, confirmou uma multa de 2,4 milhões de dólares por evasão fiscal contra Ai, o que significa que ele corre o risco de ser preso se não pagar uma multa remanescente de cerca de 1 milhão de dólares.
Ai disse que se o governo fechar a empresa Beijing Fake Cultural Development Ltd não haverá maneira de pagar as multas adicionais.