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Site sueco ganha seguidores com transmissão da guerra na Síria

A guerra civil da Síria tornou as tardes da Sexta-feira movimentadas na sede da Bambuser, pequena “startup” sueca que funciona numa antiga fábrica de bicicletas, e que transmite o conflito ao vivo pela internet.

A Sexta-feira é o dia das principais preces islâmicas e quando grande número de manifestantes sai das mesquitas para ocupar as ruas de toda a Síria. Na sede da Bambuser, no centro de Estocolmo, o presidente Hans Eriksson gruda no laptop, reconhecendo usuários enquanto as notificações de novos vídeos piscam na sua tela.

“Esse aqui faz funerais e explosões”, diz ele, apontando um usuário que acaba de publicar um novo protesto. A Bambuser surgiu em 2007 e popularizou-se no início da Primavera Árabe, quando ganhou 10 mil vídeos num só dia, durante as eleições parlamentares egípcias de 2011.

Não é o único site que transmite ao vivo, o ustream.tv, nos EUA, é maior e mais rico, por exemplo, mas o Bambuser conquistou um nicho no mundo do activismo.

Os especialistas dizem que a sua simplicidade, a sua capacidade de funcionar com más conexões e a enorme variedade de celulares fez desse site, na prática, o maior reduto de activistas do Oriente Médio.

Alguns dos seus vídeos da Síria são aproveitados por meios de comunicação como BBC, CNN, Associated Press e Reuters. A Al Jazeera diz acompanhar o Bambuser para manter-se actualizada sobre os acontecimentos na Síria, onde o regime do presidente Bashar al-Assad restringe fortemente o trabalho da imprensa internacional.

Eriksson trabalha numa mesa atulhada com latas de tabaco, um chapéu típico egípcio e um exemplar da revista Wired que traz na capa Mark Zuckerberg, o executivo-chefe do Facebook. Ele mantém contacto constante com os usuários sírios, ajudando-os a carregar os vídeos e a promover os vídeos para outros veículos e pelo Twitter.

Ele conta sobre um activista, de apelido “homslive”, que meses atrás usou o Bambuser para transmitir imagens captadas da laje da sua casa, mostrando um ataque de morteiros em Homs.

“Ele apareceu on-line e disse-me: ‘Vou ficar aqui’. Eu disse: ‘Você vai ser morto’. Ele disse: ‘Bom, não vou sair. Vou mostrar ao mundo o que acontece’.” O vídeo, segundo Eriksson, foi exibido 600 vezes em 80 redes de TV.

Os activistas da Rússia, da Espanha e dos EUA também usam o serviço, que recentemente exibia simultaneamente os conflitos na Síria e imagens do exterior da embaixada do Equador em Londres, onde há meses está refugiado o fundador do WikiLeaks, Julian Assange.

A empresa, com 12 funcionários que descrevem-se como “ninjas”, segue os passos doutras estrelas nórdicas da internet, como Skype e Spotify.

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