O presidente da Geórgia, Mikheil Saakashvili, admitiu, esta Terça-feira (2), que o seu partido foi derrotado nas eleições por uma coligação liderada pelo bilionário Bidzina Ivanishvili, aumentando as chances de uma transferência pacífica do poder na ex-república soviética.
Ivanishvili disse que estava confiante em tornar-se primeiro-ministro, à medida que os resultados parciais colocavam a coligação Sonho Georgiano, composta por seis partidos, a caminho de vencer as eleições parlamentares da Segunda-feira.
Os partidários de Ivanishvili tomaram as ruas de Tbilisi depois do fecho das urnas, Segunda-feira, agitando bandeiras e soando buzinas de carros em comemoração, embora o partido de Saakashvili, Movimento da União Nacional (UNM), tivesse reivindicado inicialmente a vitória.
“De acordo com os resultados preliminares, é claro que o Sonho Georgiano obteve uma maioria nestas eleições”, disse Saakashvili, de 44 anos, num discurso transmitido pela televisão, em que ele finalmente admitiu a derrota em nome do seu partido.
“Isso significa que a maioria parlamentar deve estabelecer um novo governo e, como presidente, de acordo com a Constituição, eu vou fazer de tudo para tornar o trabalho deles confortável, para que o Parlamento possa escolher um presidente do Parlamento, bem como criar um novo governo.”
As eleições podem marcar a primeira transferência pacífica de poder entre os partidos rivais desde que o país do Cáucaso conquistou a independência, depois do fim da União Soviética em 1991.
Saakashvili permanecerá como presidente até que o seu mandato termine, próximo ano, mas governar o país pode ser muito mais difícil, pois ele não terá mais um Parlamento aliado e o primeiro-ministro provavelmente será o seu rival Ivanishvili, de 56 anos.
Saakashvili, educado nos EUA, recebeu elogios por combater a corrupção e implementar reformas económicas, mas levou a Geórgia a uma guerra desastrosa de cinco dias com a Rússia sobre duas regiões separatistas, em 2008. A oposição diz que ele monopolizou o poder e ignorou direitos e liberdades.