Um tribunal russo adiou, esta Segunda-feira (01), a audiência relativa ao recurso das três integrantes da banda punk feminina Pussy Riot contra a condenação por terem feito um protesto contra o presidente Vladimir Putin dentro de uma catedral.
Cerca de cem pessoas, entre simpatizantes das Pussy Riot com camisetas coloridas, e seguidores da Igreja Ortodoxa Russa, principalmente idosos, lotavam os corredores do tribunal, e outras pessoas ficaram de fora.
Os simpatizantes das artistas soltaram três grandes balões, um vermelho, um azul e um amarelo, todos com o nome da banda escrito.
Um activista ortodoxo segurava um cartaz que dizia: “Vergonha para os advogados, prisão para as blasfemas.”
Yekaterina Samutsevich, uma das condenadas, sentou-se numa cela de metal e vidro colocada no tribunal, ao lado das duas colegas, e disse que discordava da forma como os seus advogados lidavam com o caso. Por isso, a audiência foi adiada para o dia 10.
“A minha posição a respeito do processo penal não bate com a posição dos advogados”, disse Tolokonnikova no pequeno plenário, lotado de simpatizantes, familiares e jornalistas. Ela não entrou em detalhes. Os governos ocidentais viram na condenação às artistas um sinal de que o governo Putin reprime com rigor qualquer forma de dissidência.
Muitos russos, no entanto, acham que a banda foi ofensiva e queria aparecer ao fazer a sua “oração punk” contra Putin em Agosto, na catedral de Cristo Salvador.
Mark Feigin, um dos três advogados das rés, disse que só no fim de semana soube da decisão de Samutsevich, e que ela pode afectar a linha de defesa, que baseia-se em alegar a motivação política da acusação.
“A pressão não está a ceder. Ela continua e seria ingénuo pensar que as autoridades vão deixá-la acabar”, disse outro advogado, Nikolai Polozo.
“De vários lados estão a tentar enfraquecer a posição delas. Elas têm a linha de não admitir culpa, e considerar que eles cometeram apenas uma infracção administrativa”, acrescentou.
“As autoridades não gostam disso.” Celebridades globais, como Paul McCartney e Madonna, fizeram apelos por clemência às mulheres antes de elas receberem o veredicto, a 17 de Agosto.