O Facebook, preocupado com as dúvidas quanto à eficiência da publicidade em redes sociais, está a preparar-se para divulgar dados que rebatam os seus críticos e demonstrem que os “cliques”, actual indicador preferencial, só contam metade da história.
A maior companhia mundial de redes sociais, que sofreu embaraços dias antes da sua oferta pública inicial de acções quando a General Motors anunciou que suspenderia toda a publicidade paga no site, argumentará que os anunciantes maiores deveriam deixar de lado a sua obsessão com o número de cliques e concentrar-se em técnicas publicitárias mais efectivas.
Menos de 1 por cento das vendas vinculadas a campanhas de publicidade de marca no Facebook vêm de pessoas que clicaram num anúncio, de acordo com novo estudo que a companhia conduziu em parceria com a Datalogix, uma companhia de mineração de dados que acompanha as vendas do varejo físico.
“Terminamos por viver num mundo no qual o clique reina”, disse o director de mensuração e percepções do Facebook, Brad Smallwood, que apresentará algumas das conclusões do Facebook numa das maiores conferências do sector publicitário, esta Segunda-feira (01), em Nova York.
Embora criar anúncios que atraiam cliques faça sentido para certos tipos de empresa, como as companhias de comércio electrónico que tentam obter vendas online imediatas, os cliques não são relevantes para os anunciantes de marcas, segundo Smallwood.
Por meio da parceria com a Datalogix, o Facebook afirma que agora pode oferecer dados aos anunciantes de marcas sobre vendas reais nas lojas geradas por campanhas publicitárias no Facebook, uma informação mais útil que o número total de cliques.
A Datalogix acompanha a relação entre os anúncios no Facebook e os gastos no comércio físico pela compilação de informações de consumidores no varejo e comparação com os dados sobre visitas a anúncios no site.
O esforço do Facebook para oferecer maior retorno aos anunciantes surge em meio à desaceleração do seu crescimento de receita, e a efectividade dos seus anúncios continua a ser uma questão fortemente debatida.
O Facebook, cujas acções mostravam queda de 43 por cento no final do terceiro trimestre ante o preço inicial de estreia, em Maio, apresentou diversos novos recursos de publicidade nos últimos meses, entre os quais, os primeiros anúncios concebidos especialmente para smartphones.