Os alunos das escolas secundárias do distrito de Chóckwè, na província de Gaza, estão a ter aulas com professores insatisfeitos há nove meses por causa do não pagamento de subsídios de horas extras. A situação, que pode comprometer sobremaneira o processo de ensino e aprendizagem local, obrigou aos pedagogos interromperem as aulas durante dois dias na semana passada.
Trata-se de professores que para além das turmas correspondentes à sua carga horária normal, devem dar aulas a turmas extras como forma de cobrir o défice existente.A Direcção Distrital de Educação, Juventude e Tecnologia de Chóckwè, segundo apurou o @Verdade, acordou com os pedagogos para que eles redobrassem os esforços no sentido de cobrir as turmas que estavam na eminência de ter aulas incompletas por falta de docentes.
Na sequência desta modalidade de trabalho, os professores teriam um aumento de 60 por cento nos seus salários. O valor seria pago semestralmente de forma acumulada.
Volvidos seis meses, em Julho passado, a Direcção Distrital de Educação, Juventude e Tecnologia de Chóckwè manteve-se calada. As escolas onde os professores leccionam também nada diziam. Os professores procuraram saber os motivos do atraso no pagamento dos referidos subsídio junto daquela direcção, que como justificação alegou haver problemas nas finanças distritais.
A inquietação dos professores é agravada pelo facto de os seus colegas do distrito de Guijá que trabalham nas mesmas condições terem recebido os subsídios em causa este mês de Setembro e outros nos meses passados.
Para exteriorizar a sua inquietação, os professores da Escola Secundária de Chóckwè interromperam as aulas por dois dias na semana passada, situação que se verificou também noutros estabelecimentos de ensino.
A Direcção dos Serviços Distritais de Educação, Juventude e Tecnologia convocou uma reunião de emergência, na qual amainou os ânimos dos reclamantes com a promessa de pagar os subsídios o mais rápido possível. Mesmo sem especificou as datas os professores retomaram o curso normal das aulas. Todavia, ameaçam paralisar novamente as aulas caso o problema não seja brevemente resolvido.
Direcção da Educação desconhece o caso (?)
O @Verdade contactou a directora distrital de Educação, Juventude e Tecnologia de Chóckwè, Orlando Matavele. Esta afirmou que desconhece o caso. “Estou em Pemba, no Congresso da Frelimo, mas também não tenho nenhuma informação acerca do caso apresentado. Estou aqui há uma semana”.
O @Verdade tentou reconstituir-lhe o problema, mas, teimosamente, disse: “não posso tecer mais informações a esse respeito porque nada sei”.
A ser verdade que Orlando Matavele não sabe da existência de professores sem subsídios de horas extras há nove meses, então por que razão um grupo desses mesmos professores inventaria um problema similar?