Ex-combatentes rebeldes líbios em busca de um maior reconhecimento por parte dos novos governantes do país norte-africano trocaram tiros do lado de fora do Congresso Nacional em Trípoli, esta Terça-feira (25), disseram os membros da assembleia.
O incidente desta Terça-feira ocorre dois dias depois de o presidente do congresso da Líbia prometer dissolver as milícias que recusam-se a depor as suas armas desde a guerra civil que derrubou o ditador Muammar Khadafi, ano passado.
Os líderes líbios tentam impor a ordem aos grupos armados pós-revolução na esteira de um ataque fatal contra o consulado norte-americano em Benghazi no dia 11 de Setembro, no qual o embaixador dos Estados Unidos e outros três norte-americanos morreram.
Colocando em evidência a precária situação de segurança na Líbia, um conflito durante uma manifestação diante do Congresso Nacional acabou em tiroteio.
“Eles começaram a lutar entre si, primeiro apenas batendo uns aos outros e depois trocando tiros”, disse o integrante do Congresso Nizar Kawan, acrescentando que alguns manifestantes levavam faixas dizendo “não deixem os revolucionários de escanteio”.
“Alguns deles diziam que deveriam terminar o protesto, outros não queriam e a coisa esquentou.” Um segundo político do Congresso, que não quis ser identificado, disse que os políticos foram retirados de um hotel nas proximidades.
“As forças de segurança pediram que os integrantes do Congresso deixassem o prédio”, afirmou ele. “As forças de segurança isolaram a área e começaram a disparar para cima a fim de conter os manifestantes.”
Domingo, o Exército da Líbia ordenou que os grupos armados proscritos de Trípoli e a sua região abandonem as premissas militares ou serão expulsos à força, aparentemente procurando capitalizar sobre a retirada das milícias de Benghazi e de Derna.
Uma autoridade da União Europeia disse, esta Terça-feira (25), que a UE enviará uma missão de investigação para a Líbia, próximo mês, para avaliar o que deve ser feito a fim de ajudar as autoridades líbias a fortalecer o controle sobre a segurança.
A missão, depois, reportará para os governos de Bruxelas e da UE. Falando sob a condição de anonimato, ele afirmou que a UE poderá ajudar na reintegração de ex-combatentes aos serviços de segurança ou no treinamento da polícia, guardas de fronteira ou do Judiciário.
Isso poderia significar o envio de uma equipe da UE, mas era muito cedo para dizer se isso ocorreria mesmo, disse ele.
“Os trágicos acontecimentos recentes demonstram que há uma necessidade enorme de reformar o sector de segurança para criar condições normais de segurança no país e o governo líbio está totalmente ciente disso.”
