A Polícia Municipal da cidade de Maputo não está a conseguir travar a desordem que se verifica no comércio ambulante nas diferentes artérias da capital do país, onde os passeios, as bermas de estradas, as entradas aos edifícios privados e aos estabelecimentos comerciais e demais lugares estão ofuscados por produtos.
O fenómeno que tendem a se alastrar ante a incapacidade das autoridades municipais, está a deteriorar sobremaneira a estética da urbe. Enquanto isso, as avenidas, de entre as protocolares, vão servindo de locais preferenciais para os vendedores ambulantes. Acontece, diga-se, que vezes sem conta os vendedores passam de ambulantes para sedentários. Fixam bancas nos lugares onde não deviam.
O Comandante da Polícia Municipal de Maputo, António Espada, reconhece a incapacidade da corporação em atenuar o problema. Justifica a situação com o alegado aumento vendedores ambulantes em várias partes da cidade de Maputo. A este factor, ele associa também a não observância das normas camarárias pelos mesmos vendedores.
Aliás, António Espada diz que os vendedores ambulantes não acatam as mensagens disseminadas pela Polícia Municipal no acto das campanhas de sensibilização. Consequência, verifica-se o caos que todos assistem.
Entretanto, apesar das dificuldades a corporação continua a tentar contrariar o que se assiste no terreno, uma banca improvisada aqui e acolá, mas sempre em sítios inadequados.
No seu trabalho, a Polícia Camarária diz estar a disseminar nos vendedores mensagens segundo as quais a actividade que praticam não só deturpa a estética da cidade, como também concorre para o surgimento de doenças oportunistas por causa das condições em que os produtos são vendidos.
“O trabalho não é fácil por causa da relutância dos vendedores em acatar as mensagens veiculadas. Persistem em não abandonar os passeios, obrigando assim a que a Polícia tenha que apoderar-se dos seus bens”, disse Espada, para quem esta tem sido a única forma de desencorajar a prática.
“Operação Avenidas Protocolares”
De acordo com António Espada, a Edilidade desencadeou uma campanha denominada “Operação Avenidas Protocolares”. O objectivo era expulsar os vendedores dessas avenidas. “Trouxe uma nova imagem do ponto de vista de postura urbana. Reduziu consideravelmente o número de vendedores ambulantes nesses lugares”.
As avenidas abrangidas pela referida operação são: Acordos de Lusaka, 24 de Julho e Eduardo Mondlane.
Segundo o interlocutor do @Verdade, a Avenida Guerra Popular é a mais crítica neste momento. Há mais desordem. Porém, o Conselho Municipal de Maputo está a articular com as associações dos vendedores para encontrar formas de atenuar a situação.
Refira-se que o caos de que António Espada se queixa é parte de um problema antiquíssimo. Tantas “operações” foram feitas, mas nenhuma solução eficaz tem sido vista até aqui.
De acordo com Espada, as Avenidas Vladimir Lenine, Karl Marx e 25 de Setembro estão neste momento sob “Operação Avenidas Protocolares”. Há campanhas de sensibilização em curso visando reduzir paulatinamente o número de vendedores que tendem a usar os passeios como seus locais predilectos para o comércio.