A principal agência representante dos muçulmanos na França pediu calma, esta Sexta-feira (21), quando uma nova edição das charges que representam o profeta Maomé nu chegou às bancas do país, renovando preocupações sobre mais protestos no dia reservado a orações no mundo islâmico.
As charges no semanário satírico Charlie Hebdo aumentaram as tensões após um filme que zomba de Maomé, que provocou ataques contra embaixadas norte-americanas e de países ocidentais.
O embaixador dos EUA na Líbia foi morto e os militantes realizaram um ataque suicida no Afeganistão em retaliação pelo vídeo. Embaixadas, escolas e centros culturais franceses foram fechados em 20 países muçulmanos por ordem do governo da França após a primeira publicação das charges.
Em Paris, a polícia entrou em alerta depois que os protestos programados por alguns grupos muçulmanos foram proibidos. Mohammed Moussaoui, líder do Conselho Muçulmano Francês (CFCM), descreveu o filme e as charges como “actos de agressão”, mas fez um apelo aos muçulmanos franceses para não tomarem as ruas com protestos violentos.
“Repito o pedido do CFCM para não protestarem – qualquer protesto pode ser sequestrado e contraproducente”, disse Moussaoui à rádio francesa RFI.
O semanário Charlie Hebdo, cujo escritório em Paris está sob protecção policial, desafiou os críticos das charges ao lançar uma nova edição da publicação que causou furor e esgotou em poucos minutos na Quarta-feira.
A publicação disse que as charges têm o objectivo de fazer piada com toda a confusão envolvendo o filme.
Houve poucos protestos nas ruas da França contra as charges, mas as autoridades francesas estão preocupadas que elas possam alimentar a fúria noutras partes do mundo iniciada com o filme, feito na Califórnia, que representa o profeta Maomé como um devasso.
Cerca de 100 iranianos protestaram em frente à embaixada da França em Teerão, Quinta-feira.