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“Vivemos uma utopia no que ao basquetebol diz respeito”

“Vivemos uma utopia no que ao basquetebol diz respeito”

O presidente da Associação de Basquetebol da Cidade de Maputo diz que há quatro anos que o basquetebol, sobretudo na capital do país, se encontra marginalizado pelo facto de, quer a Federação Moçambicana de Basquetebol (FMB), quer a Direcção Nacional dos Desportos (DND), não estarem a prestar o devido apoio à ABCM.

“Há quatro anos que a nossa gestão é deficitária. Para a concretização dos nossos planos anuais, 40% dos fundos provêm dos clubes e o resto tiro do meu bolso”, disse Lima, e acrescenta: “Hoje nem com um tostão contribuem. Até 2008, a DND pagava aos árbitros sempre que houvesse campeonatos realizados por nós, enquanto a federação alocava-nos anualmente entre 200 e 300 mil meticais”.

No que diz respeito às infra-estruturas, Carlos Lima queixa-se da falta de um organismo de gestão desportiva que lute para que o país tenha pavilhões para a prática de basquetebol. Segundo o nosso entrevistado, “a ABCM agenda por semana 30 a 40 jogos, em média. A questão é: onde serão disputados? Em que pavilhão? Temos de ter conta que os pavilhões também têm actividades por desenvolver”.

Em relação à massificação, soubemos do presidente da ABCM que Maputo tem apenas um projecto e que o mesmo é sustentado por um parceiro privado cuja existência, ao que parece, deve ser desconhecida pela própria federação. Mas, na sua opinião, “a massificação de que tanto se fala no país só pode ser feita com a existência de infra-estruturas”.

“Não podemos esconder. Nos últimos quatro anos o nosso basquetebol regrediu. A própria Liga Nacional de Basquetebol (LNB) destruiu esta modalidade. Gastaram-se dois milhões de dólares norte-americanos para se alimentar a utopia de levar a LNB às capitais provinciais e o que ganhamos com isso? Menos clubes a competir, menos público a ir aos pavilhões e a extinção da LNB em femininos. Não existe estrutura nas províncias para continuar com o projecto (a Liga)”, refere.

Para o nosso interlocutor, todo este cenário caótico em que o basquetebol moçambicano se encontra deve-se à falta de visão por parte da federação, e aponta para as prováveis soluções: “Temos de nos sentar, sem insultos e impaciências, conversar, debater o basquetebol moçambicano para que, juntos, possamos encontrar soluções”.

“Podemos parar de competir por quatro anos para aperfeiçoá-la sobretudo na componente da formação”, sugere Carlos Lima, para quem esta modalidade está estagnada pois os que a gerem procuram tirar dividendos (políticos e financeiros).

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