Búfalos e elefantes estão a semear luto e fome em Malingapansi, distrito de Marromeu, na província central de Sofala, problema que deriva do facto de aquele posto administrativo estar situado dentro da Reserva Especial de Protecção de Búfalos.
O assunto mereceu destaque no comício que o governador de Sofala, Carvalho Muária, orientou naquele ponto do país. Na ocasião, os populares revelaram que uma pessoa morreu vítima de ataque de um búfalo.
Segundo os queixosos, citados pelo jornal “Diário de Moçambique”, este não é o primeiro caso que se regista em Marromeu, uma região com reserva não só para protecção de búfalos, mas também de outros animais bravios e da biodiversidade em quatro coutadas oficiais.
Porque búfalos e elefantes destroem extensas áreas agrícolas, deixando os residentes desprovidos de mantimentos, a população não põe de lado a possibilidade da ocorrência de bolsas de fome no distrito.
O facto, segundo os populares, é que os animais estão a aproximar-se cada vez mais das machambas dos camponeses, em Malingapansi, destruindo e comendo tudo o que encontram pela frente, numa altura em que a população não dispõe de meios para se defender destes animais.
Domingos Guta, residente no posto administrativo de Malingapansi, disse tratar-se de uma situação jamais vista, na medida em que, no passado, os animais não atacavam a população e nem destruíam os campos cultivados e semeados.
“Nunca tínhamos, antes, visto isto. Os animais estão em nossa volta e destroem o pouco que temos conseguido nas machambas e matam os nossos irmãos”, desabafou Guta, acrescentando que no dia anterior um dos residentes foi atacado mortalmente por um búfalo.
A insegurança, segundo a fonte, é também agravada pela presença de elefantes. Reagindo as queixas, Muária considerou legítimas as preocupações levantadas pela população e prometeu que o assunto será devidamente analisado.
Durante a visita que realizou ao distrito de Búzi, o governador anunciou que já existem armas para afugentar e abater (caso for necessário) os animais problemáticos em Marromeu, Chemba, Nhamatanda e Caia.