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Caso Mogincual: PRM repudia acusações da Renamo

O Comando-Geral da Polícia de Moçambique (PRM) repudia as alegações da Renamo, o maior partido da oposição no país, segundo quais a detenção registada na semana passada, de um grupo de 29 pessoas em Angoche, província nortenha de Nampula, tinha motivações políticas.

Horas antes, a Renamo convocou uma conferência de imprensa para afirmar que os 13 indivíduos, parte de um grupo de 29 detidos, que morreram por asfixia numa cela do distrito de Mongicual, Nampula, eram seus simpatizantes.

Na referida conferência, Rahil Khan, membro sénior da Renamo, disse que o seu partido exige a demissão imediata do Ministro do Interior, José Pacheco. Khan disse ainda que o Governo deve ser responsabilizado por estas mortes.

Em reacção, o porta-voz do Comando-Geral da PRM, Pedro Cossa, disse que “a Policia não age em função das cores partidárias do cidadão. Por isso, essa desinformação que anda sobre o caso não ajuda a busca da verdade. Essas suposições podem concorrer para a desorientação das investigações”. Cossa, que também falava em conferência de imprensa, explicou que os 29 indivíduos foram detidos nos dias 14 e 15 do corrente mês em Quinga, distrito de Angoche, em conexão com o caso de tentativa de assassinato de uma activista da saúde. A activista foi encontrada quando estava prestes a ser enterrada viva, depois de ter sido barbaramente torturada. Face a ausência de um tribunal em Angoche, a Polícia encarcerou os 29 homens, junto com outras 19 pessoas, em Mongicual, numa pequena cela sem janelas e com apenas um buraco aberto para permitir a ventilação. Dias depois, 13 pessoas foram encontradas mortas. As primeiras investigações indicam que poderão sido vítimas de asfixia, dada a fraca circulação do ar no interior da pequena cela. Mas a Procuradoria prossegue com as suas investigações. Na sequência dessas investigações, a Procuradoria Provincial de Nampula mandou deter o chefe da Brigada da Polícia de Investigação Criminal em Mongicual e o oficial de permanência em serviço na noite do incidente, nomeadamente Basílio Nakoto e Luís Abel, logo após a identificação dos corpos. Por outro lado, as autoridades provinciais indicaram um novo comandante distrital, Ângelo Filomeno, em substituição do anterior, que também se encontra detido. Nas províncias de Nampula e Cabo Delgado, registam-se casos de espancamento de activistas da saúde, acusados pela população de estarem a espalhar a cólera. O problema é meramente de linguagem (pronúncia): os activistas da saúde incentivam a população a usar o “cloro” para desinfectar a água.

Contudo, a palavra “cloro” nalguns casos causa um mal entendido, pois algumas pessoas percebem “cólera”. Existem também bolsas de violência perpetrada por populares contra pessoas acusadas de proibir a queda da chuva ou de prática de feitiçaria. Como resultado, só no distrito de Angoche, já perderam a vida um agente da Policia, três activistas da saúde e um comerciante.

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