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Serviço Nacional do Sangue refém da Assembleia da República

A entrada em funcionamento do Serviço Nacional do Sangue (SENASA) não tem data marcada porque a Assembleia da República ainda não apreciou o projecto com vista à sua aprovação. Contudo, está em curso no Hospital Geral de Mavalane a montagem de equipamento para a sua operacionalização.

O SENASA foi aprovado em Dezembro de 2011 pelo Conselho de Ministros, através de uma proposta de lei, com o intuito de melhor gerir a colecta do sangue, cuja falta nos hospitais é considerada grave em Moçambique.

O supervisor dos laboratórios da cidade de Maputo, Ramílio Manhique, confirmou ao @Verdade que o projecto sobre o SENASA já está na posse da Assembleia da República para apreciação e aprovação, mas “enquanto isso não acontece, no terreno há trabalhos em curso, que consistem na aquisição e montagem de equipamentos laboratoriais”.

“O Serviço Nacional do Sangue pretende garantir a obtenção e disponibilização desse líquido vital em quantidade e qualidade adequadas às necessidades dos utentes. O que se pretende com esse serviço é a gestão eficiente dos stocks existentes, maior vigilância e informação fiável sobre as necessidades de cada hospital”, explicou Ramílio Manhique.

Segundo a nossa fonte, a equipa que monitora a instalação deste serviço está também a cuidar do processo de recrutamento de técnicos. “O laboratório foi construído no Hospital Geral de Mavalane. Tudo está a ser feito para que a descentralização seja uma realidade. Se a Assembleia da República aprovasse já o projecto estaríamos preparados para trabalhar, mas duvidamos que isso aconteça este ano”.

Expansão do Serviço de Sangue

Ramílio Manhique disse ainda que a descentralização dos bancos de sangue não se limita apenas à cidade de Maputo. Dependendo dos resultados e da experiência que advier do projecto-piloto instalado no Hospital Geral de Mavalane, a expansão pode originar, numa primeira fase, a instalação de bancos de sangue regionais no sul, centro e norte do país.

“Neste momento não se sabe ao certo qual é a capacidade real de armazenamento dos bancos de sangue dos diferentes pontos do país que funcionam de forma centralizada. No caso concreto de Maputo, o Serviço Nacional do Sangue permitirá que haja quantidades suficientes para abastecer todas as unidades sanitárias da capital moçambicana. Este projecto vai reduzir a sobrecarga a que estão sujeitas porque passarão apenas a fazer a testagem de sangue”.

O SENASA, de acordo com Manhique, vai ainda intensificar a colecta de sangue apostando nas campanhas de sensibilização nas escolas, igrejas, instituições públicas e privadas, feiras, entre outros locais. “Sabemos que todos os dias aumenta a escassez de dadores de sangue. Alguns alegam que isso se deve à fraca alimentação oferecida. Temos que inverter esta tendência”.

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