A indústria alimentar moçambicana contribui com o correspondente a 15,6% do Produto Interno Bruto (PIB), taxa considerada pela Associação Industrial de Moçambique (AIMO) de “muito baixa”, devido a dificuldades sentidas no escoamento de produtos agrícolas das áreas de produção para a sua transformação industrial.
A AIMO atribui a situação ao facto de a matéria-prima usada pelas fábricas estar localizada em áreas de difícil acesso, particularmente, no Norte de Moçambique, onde as vias de acesso rodoviário e ferroviário não existem e/ou são deficitárias.
Este constrangimento faz com que a maioria das unidades económicas do ramo alimentar tenha um nível de competitividade baixo no mercado nacional e internacional, de acordo ainda com a Associação Industrial de Moçambique.
A agremiação recorre a experiências mundiais que possui que mostram que países bem sucedidos no seu desenvolvimento têm um forte suporte na indústria transformadora e, portanto, beneficiam de uma competitividade cada vez mais crescente.
Ainda no entender da AIMO, embora o Governo moçambicano reconheça a necessidade do fortalecimento da ligação entre o sector industrial e áreas produtivas, os maiores investimentos feitos na área de infra-estruturas concentram-se nos corredores de desenvolvimento do Norte, Centro e Sul do país, onde se localizam as linhas-férreas de Machipanda, Limpopo, Goba e Nacala, que dão acesso aos países do interior como Zimbabué, Malaui, Zâmbia e Suazilândia, em detrimento do escoamento da produção agrícola para o interior do país.
Estas constatações vêm contidas num documento da AIMO que resulta de uma pesquisa por si patrocinada de análise da estrutura produtiva da indústria transformadora nacional, avaliação do investimento do Executivo na área das infra-estruturas e do impacto do sector da indústria transformadora moçambicana na competitividade nacional e internacional.