A educação baixou de qualidade em Moçambique devido a uma série de factores, entre eles a falta de políticas claras e de quadros qualificados, a dependência externa e a fracos critérios de avaliação e monitoria.
A constatação é da Open Society Iniative for Southern Africa (OSISA), uma organização que colabora com entidades na promoção de assuntos como educação, democracia, direitos hum anos. No seu relatório sobre educação de jovens e adultos, divulgado esta Quarta-feira (12), em Maputo, recomenda o Governo a criar políticas que estimulem um bom desempenho do sector.
Aconselha ainda os gestores da educação no país a financiar políticas reais de boa governação e que garantam as camadas sociais aceder facilmente ao ensino como um direito natural.
Do relatório consta também que se deve adequar o currículo e ensino no país às necessidades dos alunos, introduzir e promover as línguas nativas no processo de ensino e aprendizagem, bem como criar um banco de dados electrónico sistemático e abrangente.
Segundo a OSISA, a formação nos diversos subsistemas de ensino nacional deve ocorrer de forma paralela, respeitando a justiça, a equidade e desenvolver mecanismos de controlo de qualidade, criar figuras de provedores da educação.
O director nacional do ensino de alfabetização de adultos, Laurindo Nhacune, disse que os resultados ora divulgados vão permitir reajustar algumas estratégias e políticas sobre o plano de educação “como forma de responder aos objectivos do Milénio, de entre os quais há que reduzir o índice de alfabetização dos actuais 48,1 para os 30 por cento até 2015”.
Entretanto, a materialização do desiderato, segundo Nhacune, exige que se aposte no envolvimento de todos no processo de ensino e aprendizagem.
Por sua vez, o produtor do relatório, Roberto Luís, disse esperar que os dados divulgados consciencializem o Estado moçambicano da importância de apostar com seriedade na educação, criando condições e políticas sólidas.
Refira-se que o relatório espelha resultados de cinco países da África Austral, nomeadamente Angola, Lesotho, Namíbia, Suazilândia e Moçambique.