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Irão pode bombardear bases dos EUA se Israel atacar, diz Hezbollah

O Irão pode atacar bases norte-americanas no Oriente Médio em retaliação por um eventual bombardeio nuclear israelita contra as suas instalações nucleares, mesmo que as forças dos EUA não tenham participação nessa acção militar, disse, Segunda-feira (3), o líder do grupo xiita libanês Hezbollah, aliado de Teerão.

“Foi tomada uma decisão de responder, e a resposta será muito grande”, disse o xeque Hassan Nasrallah em entrevista à TV Al Mayadeen, de Beirute.

“A resposta será não só dentro da entidade israelita, as bases americanas em toda a região poderiam ser alvos iranianos”, afirmou ele, citando a informação que disse ter recebido das autoridades iranianas. “Se Israel alvejar o Irão, a América arca com a responsabilidade.”

Os EUA e os seus aliados acusam o Irão de tentar desenvolver armas nucleares, e pressionam a República Islâmica a abandonar o seu programa de enriquecimento de material atómico. Washington, no entanto, diz que ainda há tempo para que a diplomacia resolva o impasse.

Já uma parte do governo de Israel adopta uma retórica cada vez mais inflamada, motivando especulações de que o Estado judeu poderia atacar o Irão ainda antes das eleições presidenciais de Novembro.

Domingo (2), o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, pediu às potências mundiais que estabeleçam “um limite claro” para convencer o Irão da sua impossibilidade de obter armas nucleares.

Mas a hipótese duma acção militar divide o gabinete israelita, e alguns políticos sugerem que Netanyahu poderia abrandar as suas ameaças agora, em troca duma manifestação mais incisiva de apoio por parte do presidente norte-americano, Barack Obama, a respeito das condições que levariam os EUA a envolverem-se numa futura acção militar.

Nasrallah disse que de facto há divisões em Israel sobre um ataque ao Irão. “Pessoalmente, não espero que o inimigo israelita, pelo menos nos próximos meses ou no futuro previsível, ataque a República Islâmica do Irão”, afirmou.

O líder do Hezbollah disse que a frágil situação económica global, que poderia complicar-se por causa da alta no preço do petróleo, em caso dum novo conflito no golfo Pérsico, e a possibilidade de baixas israelitas numa eventual guerra contra o Irão pesam contra a opção por um ataque.

“Netanyahu e (o ministro israelense da Defesa, Ehud) Barak inflam os benefícios e minimizam os custos”, disse ele, referindo-se à estimativa de Barak de que Israel poderia sofrer até 500 mortes num conflito.

Segundo Nasrallah, uma eventual guerra Irão-Israel seria mais letal do que o conflito de 34 dias entre Israel e o Hezbollah em 2006, que terminou com a morte de 1.200 pessoas no Líbano, a maioria civis, e 160 em Israel, quase todas militares.

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