A polícia da África do Sul disparou gás lacrimogêneo e balas de borracha para dispersar os grevistas duma mina de ouro perto de Johanesburgo, Segunda-feira (3), no último episódio duma onda de militância trabalhista que espalhou-se duma mina de platina para o resto do sector.
A agitação ocorreu menos de três semanas depois que a polícia matou a tiros 34 grevistas na mina Marikana, da Lonmin, no incidente mais violento desde o fim do governo de minoria branca em 1994.
O caso de Marikana chocou a África do Sul e manchou a imagem da maior economia do continente, uma vez que a extensão completa dum colapso nas relações trabalhistas no sector de mineração ficou aparente.
Os preços da platina no mundo subiram mais de 10 por cento desde o tiroteio. No incidente da Segunda-feira, a proprietária da mina, Gold One International Ltd, disse que cerca de 60 trabalhadores na sua instalação de Modder East promoveram uma greve ilegal, bloqueando a entrada de metade dos seus funcionários nos seus turnos.
“O grupo, no entanto, recusou-se a dispersar. O Serviço da Polícia Sul-Africana teve que usar gás lacrimogêneo e balas de borracha para dispersar o grupo”, disse a companhia num comunicado.
A porta-voz da polícia Pinky Tsinyane disse que quatro pessoas foram feridas no incidente, descrito por ela como uma “disputa” entre ex-mineiros em protesto, mineiros e guardas. “A polícia investiga um caso de tentativa de homicídio”, disse ela, acrescentando que foram feitas quatro prisões.
“Entendemos que os ex-mineiros estavam a agredir os mineiros que estavam a vir trabalhar, esta manhã.”
Noutra disputa, mas gerada por condições sociais similares, uma greve ilegal envolvendo um quarto da força de trabalho de 46 mil empregados na mina de outro KCD East, de propriedade da quarta maior produtora mundial de metais preciosos, a Gold Fields, entrou no seu terceiro dia útil.
