O foguete não tripulado Atlas 5 decolou, Quinta-feira (30), da Base da Força Aérea de Cabo Canaveral, na Flórida, colocando um par de satélites científicos da Nasa fortemente protegidos em posição para estudar os cinturões de radiação da Terra.
O foguete de 58 metros de altura, construído pela United Launch Alliance, decolou às 4h05, a sobrevoar o Oceano Atlântico em direcção à órbita, 30.645 quilómetros acima da superfície do planeta.
Presas em cima do foguete haviam duas Sondas de Tempestades nos Cinturões de Radiação idênticas, que devem passar dois anos a pesquisar os cinturões de radiação de Van Allen, regiões hostis que rodeiam a Terra e as quais a maioria das outras naves espaciais tentam evitar.
“Eles estão agora em casa, nos cinturões de Van Allen, onde pertencem”, disse o vice-cientista responsável pelo projecto, Nicola Fox, aos jornalistas depois do lançamento. “Para a equipe de cientistas, o verdadeiro trabalho começa agora.”
Nomeado em homenagem ao físico James Van Allen, da Universidade de Iowa, os dois cinturões em formato de rosquinha de partículas aprisionadas foram descobertos em 1958 pelo Explorer 1, o primeiro satélite científico norte-americano.
Eles são mantidos no lugar pelo campo magnético da Terra, que retém as partículas electricamente carregadas do Sol e do espaço profundo.
Compreender o fenómeno é mais do que curiosidade científica. Cada nave espacial que órbita em torno da Terra, incluindo a Estação Espacial Internacional de 100 bilhões de dólares e a sua tripulação, voam através das regiões de radiação de alta, o que pode degradar os painéis solares e afectar os dispositivos electrónicos.
“A sociedade moderna depende de satélites e outras tecnologias espaciais … fazendo a pesquisa e o conhecimento que vem (das sondas) são de valor inestimável para a construção de satélites mais protegidos no futuro”, afirmou o físico do Instituto de Tecnologia de Nova Jersey Lou Lanzerotti durante uma entrevista colectiva pré-lançamento.
