O presidente egípcio, Mohammad Mursi, chegou a Teerão, esta Quinta-feira (30), e tornou-se o primeiro líder do Egito a visitar o Irão desde a Revolução Islâmica de 1979.
A televisão estatal iraniana transmitiu ao vivo imagens do tapete vermelho estendido para receber Mursi no aeroporto de Mehrabad. Ele viajou para comparecer à cúpula do Movimento Não-Alinhado que se encerra, Sexta-feira.
O Irão apresentou o movimento como uma demonstração do fracasso dos EUA em isolar a República Islâmica do resto do mundo, uma mensagem que a sua figura mais poderosa, o aiatolá Ali Khamenei, enfatizou num discurso para cerca de 35 chefes de Estado presentes na manhã desta Quinta-feira.
As relações diplomáticas entre o Egito e o Irão foram quebradas imediatamente depois da Revolução Islâmica devido ao apoio do Egito ao regime deposto dos xás e ao acordo de paz egípcio com Israel.
Como presidente, Mursi recusou-se até agora a abordar a questão da possibilidade de as relações com o Irão serem melhoradas, mas indiciou que buscaria uma política externa mais equilibrada.
Os analistas dizem que a breve visita de Mursi foi pensada para evitar uma desfeita ao Irão, porém melhorar as relações com o governo iraniano num futuro próximo enviaria a mensagem errada para os EUA e Israel.
Semana passada, Mursi falou em formar um grupo de contacto para resolver a crise na Síria, composto por Egito, Irão, Arábia Saudita e Turquia, uma iniciativa que a liderança iraniana está interessada em prosseguir.