O principal clérigo islâmico da Rússia advertiu, esta Quarta-feira (29), depois da morte dum clérigo muçulmano, num ataque suicida, que a guerra civil poderia irromper no Daguestão, a sul do país.
De acordo com a agência Reuters, uma russa, que contraíra vários casamentos com militantes islâmicos, foi identificada como a detonadora da bomba que matou, esta Terça-feira (28), Said Atsayev. Este era um proeminente xeique sufita da região de maioria muçulmana e que criticava o Islão violento.
O assassinato de Said Atsayev seguiu-se à morte de um outro clérigo islâmico no mês passado, em Tataristão, uma região também de maioria muçulmana. Ocorreu quando Vladimir Putin, na qualidade de presidente, pediu unidade e tolerância aos russos como forma de garantir o não desmoronamento da Rússia face a agudização da tensão religiosa.
“Muita força, sabedoria e temor a Deus são necessários ao povo do Daguestão para manter a situação dentro do quadro legal, evitar uma sangrenta guerra civil e não permitir lutas para dividir a sociedade”, disse o presidente do conselho de muftis da Rússia, Ravil Gainutdin, num comunicado.
Segundo a Polícia local, a russa chama-se Aminat Kurbanova. Para entrar na casa de Said Atsayev e detonar um cinturão explosivo cheio de pregos, fingiu ser uma peregrine. Para além do clérigo, matou a si mesma, outras seis pessoas, das quais um menino de 11 anos de idade.
Uma fonte de segurança disse que a mulher, entre 29 e 30 anos de idade, era de etnia russa e seu nome de família era Saprykina, mas que havia se convertido ao Islão e se casado com um militante islâmico. Dois maridos anteriores, também militantes, foram mortos, acrescentou a fonte.