Para continuarmos  a fazer jornalismo independente dos políticos e da vontade dos anunciantes o @Verdade passou a ter um preço.

‘@Verdade EDITORIAL: A luta continua

Neste mês de Agosto que hoje termina, @Verdade complet(a)ou quatro anos de convivência com os seus leitores, detractores e afins. Quando nascemos, é bom que se diga, fomos associados a um infindável jogo de interesses. Muitos, sem pejo, adiantaram o nosso Obituário exactamente no dia em que colocámos o primeiro “pé” na rua. Avançaram datas da nossa “ morte” com uma certeza dogmática e uma convicção inabalável.

Cientes do desafio que é(ra) implantar novas ideias, decidimos permanecer vivos num ambiente inóspito. Num cenário onde a publicidade desconhece critérios, @Verdade perdurou. Ou seja, desconstruiu os esquemas de um mercado selvagem para pavimentar novos sentidos de sobrevivência. Contornámos obstáculos e sobrevivemos. Estamos aqui e viemos para ficar. Não duvidem.

Porque a nossa força deriva dos nossos leitores, neste dia, não nos podíamos esquecer deles. Quando duvidámos, quando pretendíamos lançar a casa pelos ares, quando estávamos de rastos, quando olhámos para o futuro com incerteza foi o elogio de um leitor, foi o apoio aos enteados da terra fruto de uma reportagem, foram os likes, os acessos ao nosso website, foram as filas infindáveis na sexta-feira que nos demoveram de lançar a toalha chão. Foi o desafio de retratar o país que nos manteve na luta.

Foram os Iciduas que ficaram por mostrar que nos revelaram que a luta só agora começou. É preciso revelar o país que somos. Foi trabalhando com o @ Verdade que compreendemos o país que Moçambique é: uma autêntica caixa de vidro de assimetrias. Sobrevivemos porque nos recusámos a colocar os óculos de um combate bem-sucedido ao encarar os males que vivem paredes meias com a opulência.

Até por isso fomos combatidos. Fomos combatidos por conjugar no presente do indicativo a voz da liberdade. Fomos combatidos por pretender chegar mais longe. Fomos combatidos por oferecer informação aos que nada têm. Sim, por oferecer, primeiro, 50 mil jornais e, depois, 20 mil há quem tenha ficado desgostoso. Houve quem compreendeu que um povo informado é exigente. Houve quem cortou a publicidade e criou barreiras jamais vistas para extirpar de circulação o Jornal @Verdade. Foi preciso reunir nervos de aço para não capitular.

Foi a essa opressão e marginalização do povo que nos opusemos. Informar, antes era trabalho, fonte de rendimento e, talvez, uma questão de status. Hoje é diferente, informar as pessoas é um dever, uma obrigação moral. Algo que não deve cessar mesmo quando o papel faltar.

É algo que tem de crescer de todas as formas possíveis. Informar tem de transcender o valor do dinheiro. Informar é um dever de cidadania. É tão importante como respirar. Portanto, privar as pessoas de um jornal é um golpe atroz na capacidade de estas se tornarem cidadãs efectivas. Não chega libertar a terra e os homens, é preciso libertá-los da escuridão das palavras vagas e das notícias que enaltecem o lado errado da história.

Hoje, com apenas, quatro anos, @Verdade renova o seu compromisso com o leitor. Vamos informar, doa a quem doer, custe o que custar. @Verdade não tem preço…

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