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França investiga morte de Arafat

Um tribunal francês está a investigar a morte, há oito anos, do líder palestino Yasser Arafat. De acordo com a agência Reuters, os promotores disseram, esta Terça-feira (28), baseando-se nas alegações da viúva, que ele pode ter sido envenenado.

Arafat morreu num hospital militar de Paris, em Novembro de 2004, um mês depois de ter sido levado, gravemente doente, do seu quartel-general em Ramallah, onde Israel o tinha confinado por mais de 2 anos e meio.

Saeb Erekat, negociador-chefe da Autoridade Palestina, saudou a investigação. Porém, disse, a Liga Árabe também pediu à Organização das Nações Unidas uma investigação internacional sobre a morte de Arafat, que liderou a campanha dos palestinos para criar um Estado através de anos de guerra e paz.

A Reuters escreve ainda que as alegações de jogo sujo há muito tempo cercaram a morte de Arafat depois de os médicos franceses que trataram dele nos seus últimos dias afirmarem que não foi possível estabelecer a causa da morte.

Muitos árabes suspeitam também que Israel esteja por trás da sua morte. O caso voltou às manchetes, mês passado, quando um instituto suíço informou que tinha descoberto altos níveis do elemento radioactivo polónio-210 nas roupas de Arafat fornecidas por sua viúva, Suha Arafat.

A mesma substância foi a que matou o ex-espião russo Alexander Litvinenko em Londres, em 2006. Suha pediu a um tribunal no subúrbio parisiense de Nanterre para abrir uma investigação de assassinato depois das revelações divulgadas pelo canal de televisão por satélite Al Jazeera, sediado no Catar.

No entanto, o Instituto de Radiophysique em Lausanne disse que os sintomas descritos nos relatórios médicos de Arafat não eram consistentes com polónio-210 e não se pode tirar conclusões para saber se ele tinha ou não sido envenenado.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Israel, Yigal Palmor, afirmou que espera que o inquérito francês revele mais sobre as circunstâncias da morte de Arafat.

“Isso não nos pertence. A denúncia apresentada por Suha Arafat à polícia francesa não tem a ver com Israel ou alguém em particular. Se a justiça francesa decidiu abrir uma investigação, esperamos que isso lance luz sobre este assunto”, disse.

Erekat disse que o Comité Palestino que investiga a morte de Arafat iria continuar o seu trabalho. “Nós saudamos a decisão (francesa)”, afirmou. “Acreditamos que a nossa equipe política e médica está a trabalhar em paralelo (com o inquérito francês).

Ao mesmo tempo, a Liga Árabe já formou um comité que vai pedir uma investigação internacional através do Conselho de Segurança da ONU”, acrescentou Erekat.

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