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Festival M´saho: Plantemos o mwenge para preservar a Timbila

Festival M´saho: Plantemos o mwenge para preservar a Timbila

No último fim-de-semana, a vila de Quissico, no distrito de Zavala, em Inhambane, parou não somente para que as populações locais celebrassem o 40º aniversário que – a mesma região – celebrou no dia 26 de Agosto, desde que foi elevada à referida categoria, como também para prestar homenagem à Timbila, um dos maiores símbolos da cultura da humanidade.

Depois de três dias de intensa adrenalina, vibração e movimentação artística, turística, económica e cultural, o que aconteceu desde a noite da última sexta-feira até as primeiras horas de domingo, para o povo zavalense (de Zavala, na província de Inhambane), o dia 26 de Agosto do ano 2012 não somente será inesquecível pelo (simples) facto de ter assinalado a celebração do 40º aniversário da elevação de Quissico à categoria de vila; muito menos pelo facto de, na mesma efeméride, ter acontecido a 18ª edição do Festival de Timbila Msaho; mas, acima de tudo, pelo facto de ter sido na mesma ocasião que o distrito de Zavala – em particular a pacata vila de Quissico – provou ao país e ao mundo no geral que, a referida parcela de Moçambique não é uma ilha apartada do resto da terra.

Pela primeira vez, na história do Festival de Timbila M´saho, fazedores de diversas manifestações artístico-culturais do país, com destaque para os grupos das províncias de Gaza, no sul, Nampula e Cabo Delgado, no norte, incluindo outros grupos (declaradamente) idos de países como Japão e Estados Unidos de América que se associaram no mesmo espaço, ao mesmo tempo, com as suas doutrinas, tradições, gastronomias, práticas e costumes para, de uma forma harmónica, enriquecerem a cultura da humanidade.

E, em resultado disso, a vila de Quissico (como a sua riqueza singular que não somente se traduz na afabilidade das suas gentes) se revelou ao mundo. Naqueles dias, para as pessoas que, como o nosso repórter sociocultural, não conheciam a vila de Quissico, diante daquela moldura humana que se fez presente, não faria muito sentido que se afirmasse que, na essência, Quissico é uma vila calma, quase inerte, e pouco movimentada.

A verdade é que o que se viu foi a confluência de danças guerreiras praticadas por gentes de Japão, artefactos do povo americano ali representado por um grupo de voluntários, pesquisadores sociais interessados na nossa cultura, as nossas danças Mapiko, Tufo, Makwahela, Timbila (nas suas diversas expressões), diversas obras de artes como, por exemplo, a pintura, as esculturas, as bijutarias de artesãos a confluírem o mesmo espaço e, no seu jeito peculiar, verdadeiros signos culturais que são, deixarem-se ler.

Foi esse o movimento que marcou a vila, a partir de noite de Sexta-feira até a manha de domingo último.

Como a maior atracção de todo o evento era a Timbila, o referido instrumento que é património universal da humanidade, numa situação em que o mwenge, a árvore de que se explora a madeira para o seu fabrico, é gerado localmente, a maior mensagem que se destinou aos organizadores do Festival de Timbila M´saho, a Associação Amigos de Zavala, foi a necessidade de garantir a preservação daquela espécie arbórea como factor equivalente à preservação da Timbila.

Aliás, foi sobre o mesmo mote que a edição deste ano do evento decorreu:  “Plantemos o mwenge para preservar a Timbila”.

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