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ONG denunciam persistência da escravidão na Mauritânia

As Organizações não Governamentais (ONG) mauritanas SOS Escravos e Iniciativa para o Ressurgimento do Movimento Abolicionista (IRA) denunciaram a persistência da escravidão no país e “a ausência de vontade das autoridades para a sua erradicação”.

A denúncia foi feita pelos responsáveis das duas ONG, durante uma conferência de imprensa organizada quinta-feira no âmbito da celebração, a 23 de agosto, do Dia Internacional de Recordação do Comércio de Escravos e sua Abolição.

Boubacar Ould Messaoud, presidente da SOS Escravo, condenou energicamente a atitude das autoridades malianas “que mantêm o silêncio sobre esta data importante, prova da sua persistência na vergonhosa atitude da negação da escravatura”.

“Diante de tanto desprezo manifesto das autoridades para com todas as vítimas que ressentem na sua carne e alma as  impressões indeléveis das provações da escravatura mauritana durante séculos, a SOS Escravos e a IRA Mauritânia reafirmam a sua solidariedade e determinação de prosseguirem a luta”, sublinham numa declaração.

As duas ONG antiesclavagistas ressaltam, por outro lado, que, “em vez de recordar as vítimas da escravatura, as autoridades mauritanas esforçam-se por obstruir as ações dos antiesclavagistas e procuram reduzí-las ao silêncio por todos os meios”.

Uma lei adotada em 2007 criminaliza a prática da escravidão na Mauritânia. Todavia, as ONG antiesclavagistas revelam regularmente casos e denunciam a “impunidade” de que beneficiam os presumíveis autores.

Recorde-se que foi na madrugada de 23 de agosto de 1991 que uma insurreição de escravos começou em Saint Dominque (atuais Haiti e República Dominicana), acabando por desempenhar um papel determinante na abolição do tráfico negreiro transatlântico.

 

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