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Crocodilos matam e até derrubam canoas na albufeira de Cahora Bassa

O número dos pescadores da albufeira de Cahora Bassa, no rio Zambeze, província de Tete, está a reduzir-se nos últimos tempos, devido às mortes causadas por crocodilos, que atacam as vítimas em plena actividade piscatória, de acordo com as informações reveladas, há dias, ao vice-ministro das Pescas, Gabriel Muthisse, durante a sua visita aos distritos de Mágoè e Cahora Bassa.

Nos encontros com Muthisse, alguns pescadores vincaram o conflito instalado entre homem e fauna bravia, explicando que os pescadores artesanais são os que mais sofrem dos ataques daqueles répteis, os quais chegam até ao ponto de retirar as vítimas das suas canoas em plena navegação.

Não foram avançados os números exactos de mortes ocorridas ao longo deste ano, mas as informações apontam para pelo menos seis pescadores que perderam a vida, sendo dois do lado dos distritos de Mágoè e Cahora Bassa, e quatro da margem do distrito de Marávia, também banhado pela albufeira de Cahora Bassa.

Para além das mortes, pescadores há também que ficam feridos na sequência dos ataques de crocodilos, tal como acrescentaram os informadores. Disseram que os répteis cortam os membros superiores dos pescadores numa altura em que estão a praticar a actividade de pesca.

“Do lado de Phangara, aqui na margem direita do rio, morreram dois, mas em Zenda, do lado de Marávia, perdemos quatro pessoas. Atenção estes dados podem não reflectir a realidade, porque a situação é deveras crítica, sobretudo na margem esquerda do rio” – disse um dos operadores de pesca na albufeira de Cahora Bassa, Raul Mafalacussene.

Segundo as suas palavras, a situação afecta mais os pescadores artesanais que usam canoas tradicionais, que não oferecem nenhuma medida de segurança, o que já não acontece com as embarcações motorizadas.

“É uma situação caótica, porque estamos a perder colegas, devido a ataque de crocodilos” – lamentou o nosso entrevistado, o qual viria a ser secundado por Luís Manuel Conde, sugerindo que a solução do problema passa necessariamente pela substituição das canoas tradicionais por barcos de fibra.

Conde disse que “é que as canoas facilmente naufragam, mesmo com uma pequena descuido no rio, onde os crocodilos estão a semear luto, e gostaríamos que o Governo visse este conflito com olhos de ver, antes que nos eliminem a todos nós aqueles répteis”.

Como que a responder a esta preocupação exposta, o vice-ministro das Pescas, Gabriel Muthisse, lamentou a situação, anotando que, de facto, as pessoas não podem perder a vida. Disse haver a necessidade de tomada de medidas localmente para evitar as mortes.

Afirmou ainda que a outra solução passa abandono do uso de canoas de “tronco escavado”, porque estas não oferecem segurança. Explicou que o abate de crocodilos não seria a solução, porque estes répteis devem existir para o equilíbrio do ecossistema no rio Zambeze.

“Gostamos imenso por terem apontado os avanços e os problemas que afectam a actividade de pesca na região da albufeira de Cahora Bassa. Registamos estas preocupações e achamos que deve ser encontrada uma saída das mesmas” – sublinhou.

No entanto, segundo o Diário de Moçambique, ainda que o conflito homem/fauna bravia obrigou aos pescadores da zona de Cadzewe, em Daque, a abandonar as suas residências, devido ao ataque de elefantes.

Os pescadores tiveram que aproximar mais ao rio Zambeze, para se livrarem da ameaça das suas vidas, por causa dos paquidermes.

Segundo ainda o Diário de Moçambique, várias cabanas estão em ruínas, na sequência do abandono dos respectivos donos, que actualmente fizeram-se noutra região, que acham que oferece segurança.

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