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Entre compadrios e acusações as novas verdades sobre Londres

Entre compadrios e acusações as novas verdades sobre Londres

Ainda na ressaca dos Jogos Olímpicos que terminaram recentemente em Londres, nos quais Moçambique participou, entre verdades e mentiras surgem novos desenvolvimentos. É que para além de se ter questionado a presença de dirigentes federativos em detrimento dos treinadores dos atletas, uma nova revelação surge: Sílvia Panguana foi a Londres no lugar da Telma Cossa.

Sobre a presença da delegação moçambicana composta por seis atletas nos trigésimos Jogos Olímpicos de Londres, muita coisa aconteceu bastidores. Nem todos tiveram a coragem suficiente de pôr o dedo na ferida e denunciar o que não andou bem.

Na edição do dia 3 de Agosto, o @Verdade publicou um artigo no qual denunciava o facto de Sílvia Panguana estar em Londres sem treinador, ou seja, desamparada. Depois, soube-se que Chakil Camal e Jéssica Vieira também estavam na mesma situação, o que levou os amantes do desporto a questionar sobre os objectivos de Moçambique naqueles jogos, e as intenções dos dirigentes federativos ao não incluírem treinadores na comitiva.

Agora surge um novo escândalo: Sílvia Panguana, atleta dos 100 metros barreiras, esteve na cidade de Londres no lugar de Telma Cossa, a qual, falando à nossa equipa de reportagem, alega ter sido injustiçada pela Federação de Atletismo.

Telma Cossa começou por dizer que não sabe ao certo o que terá acontecido para que o seu nome fosse retirado da lista da delegação moçambicana. Até porque, para além de ser a atleta com o melhor tempo a nível nacional e a única que fez os mínimos africanos exigidos (e não olímpicos visto que só Kurt Couto os possui), ela teria sido previamente avisada pela presidente da Federação Moçambicana de Atletismo (FMA) de que acompanharia Couto.

Dos vários campeonatos em que participou (nacionais, regionais e mundiais), com destaque para os da zona VI, foi no último Campeonato Nacional de Atletismo, que teve lugar no Estádio Nacional do Zimpeto, em Julho, que ela provou que merecia representar o país nas Olimpíadas de Londres na disciplina dos 100 metros barreiras.

Curiosamente, foi naquele certame Nacional que Sílvia Panguana, a sua “substituta”, ficou em segundo lugar com cinco segundos de desvantagem relativamente a Telma Cossa, que fez a corrida em 14 segundos.

“A Sílvia Panguana nunca participou em nenhum Campeonato Africano de Atletismo em seniores. Nunca superou o meu tempo nos 100 metros barreiras, onde obviamente sou recordista nacional” denunciou Telma para a seguir acrescentar que “quando soube que ela ia a Londres fiquei espantada. Ninguém aqui do grupo de atletas que treina no Parque dos Continuadores quis acreditar”.

“Ainda apareceu na Televisão a dizer que a senhora Ludovina era a sua segunda mãe, uma verdadeira madrinha. Ponto! Aí está a verdadeira resposta, mas eu ainda questiono: afinal existem madrinhas no atletismo? Quem será a minha porque também quero surpreender o mundo”.

Uma carreira arruinada por um telefonema

Segundo Telma Cossa, a sua indicação foi anunciada após o Campeonato Africano de Atletismo, que decorreu no fim do mês de Junho, no Benin, apesar não ter participado em virtude da sua chegada tardia a Cotonou, capital do Benin.

A seguir, ela competiu no Campeonato Nacional da modalidade apenas para defender a honra de ser a acompanhante de Couto a Londres. A surpresa, para si e para o seu treinador, Stélio Craveirinha, surge quando viram Sílvia Panguana em treinos intensivos, assistida pela federação.

Em contacto telefónico com a presidente da FMA, Sarifa Magide, soube que já não ia a Londres e que no seu lugar tinha sido escolhida Sílvia Panguana. Sarifa Magide, de acordo com Telma, acusou a presidente da Associação de Atletismo da Cidade de Maputo, Ludovina Oliveira, de ter feito lobbies para que ela fosse preterida.

De Ludovina Oliveira a única resposta que obteve foi de que “a Sílvia ainda estava em forma e ainda no início de carreira”. Quando questionou sobre os motivos que levavam a associação a meter-se em assuntos da selecção, “fui chamada de malcriada”.

Como último recurso, ela dirigiu-se ao Comité Olímpico de Moçambique, o qual disse que não era da sua competência decidir sobre as convocações e que as mesmas deviam ser feitas pelas federações, neste caso a FMA.

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