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Celebra-se hoje o Eid Ul Fitre

Muçulmanos em Moçambique, e em várias partes do globo, celebram este Domingo (19) o Eid Ul Fitre, depois de um mês de jejum do nascer ao pôr-do-sol. A festa Eid al-Fitr, que assinala o fim do mês do Ramadão é uma das mais importantes para os muçulmanos. Manda a tradição que nesta altura se vistam roupas novas e se visite a família. Mas a festa pode ser comemorada em dias diferentes, inclusive dentro de um mesmo país, uma divergência que existe há séculos devido ao calendário lunar.

Segundo uma tradição que continua a ser respeitada, apesar dos avanços científicos, a passagem de um mês para o outro deve ser confirmada pela observação a olho nu da lua nova durante uma “noite de dúvida”, na qual são organizadas festas para anunciar o início ou o fim do Ramadão.

Como o primeiro crescente nem sempre é visível em todos os lugares ao mesmo tempo, o mês do Ramadão começa e termina com um dia de diferença, dependendo do local onde a pessoa se encontre.

Neste ano, o jejum começou no dia 20 de julho na maioria dos países muçulmanos, inclusive em Moçambique, e no dia 21 em outros, como Irão, Marrocos ou no sultanato de Omã. Os sunitas do Líbano começaram no dia 20 e os do Iraque no dia 21. Na França, o país da Europa com a maior comunidade muçulmana, até a criação do Conselho Francês do Culto Muçulmano (CFCM), em 2003, os fiéis seguiam quase sempre seu país de origem ou a Arábia Saudita, que abriga os locais santos do Islão.

O CFCM quer instaurar um calendário lunar “baseado no cálculo”, e não na mera observação, para prever com tempo as datas das festas e permitir que as empresas se organizem adequadamente. Neste ano, a lua crescente anunciando o Eid al Fitr foi visível na sexta-feira numa parte do sudoeste do Oceano Pacífico, mas no resto do mundo poderá ser vista apenas no sábado, segundo o astrofísico Nidham Guessoum, que vive nos Emirados Árabes Unidos, citado pelo portal Oumma.com. Portanto, todos os muçulmanos devem festejar no domingo. Se assim for o caso, alguns terão jejuado um dia a mais do que outros. Mas estes podem decidir quando realizam o Banquete.

A era muçulmana começa com a Hégira, a emigração do profeta Maomé, perseguido por seus opositores, de Meca a Medina no ano 622. O ano muçulmano é integrado por doze meses lunares de 28 a 30 dias e tem uma média de 354 dias, onze a menos que o ano gregoriano, o que significa 1.100 dias ou três anos a menos a cada cem anos.

Um século do calendário gregoriano corresponde a 97 anos do calendário hegiriano. O ano islâmico atual é 1433, que vai aproximadamente de 26 de novembro de 2011 a 14 de novembro de 2012.

Os doze meses do calendário muçulmano são: Muharram (mês sagrado), Safar (mês de partida), Rabi al awal (mês da primavera), Rabi al thani (continuação da primavera), Yumada al awal (mês da seca), Yumada al thanyah (continuação da seca), Rajab (mês de respeito e abstinência), Shaban (germinação), Ramadã (grande calor), Shawwal (acasalamento dos animais), Du al Qaada (descanso), Du al Hiyya (peregrinação).

Este calendário conta com muitas festas. Assim, o primeiro dia do primeiro mês celebra o exílio do profeta. O 10º dia deste mês é a Ashura, no qual muitos muçulmanos jejuam. Os xiitas lembram o fim trágico de Hussein, neto do profeta Maomé, filho de Ali (o fundador do xiismo), morto em 680 pelas tropas do califado sunita dos Umayyad (também conhecidos como Omeyas).

O 10º dia de Rabi al awal corresponde ao Mawlid al nabi, dia do nascimento do profeta.

O primeiro dia de Shawal é o da festa de Fitr ou do banquete que marca o fim do Ramadão.

O décimo segundo é o da grande peregrinação a Meca.

Este calendário é reservado à vida espiritual, já que o calendário gregoriano serve de referência para a vida diária nos países muçulmanos, com exceção da Arábia Saudita, onde o calendário lunar é o utilizado nos discursos oficiais e na imprensa.

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