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Muçulmanos exigem a institucionalização do véu

A Comissão de Teólogos (Álimos) de Nampula exigem ao Governo moçambicano a institucionalizar o uso de véu de modo que seja trajado nas escolas, instituições do Estado  e outras actividades profissionais realizadas a nível do território nacional.

Falando nesta quinta-feira, na cidade de Nampula, Abdul Latif Daudo Mussagy, porta-voz da Comissão dos Álimos de Nampula, disse que o grupo de cidadãos repudia as duas circulares emitidas pelo Ministros da Educação, segundo as quais autorizam uso temporário de véu.

Lê-se a dada altura nas circulares emitidas pelo ministro e vice ministro da Educação que “é permitido o uso de lenços pelas alunas muçulmanas no período de Ramadão, para o efeito, o encarregado de educação deverá requerer ao director da escola a devida autorização com uma antecedência mínima de 15 dias em relação ao início do Ramadam. A mesma circular no seu número 2 afirma que é proibido o uso de burca (veste que veda o rosto, deixando visíveis apenas os olhos), e no número 3 refere que o uso de lenço e burca fora do período do Ramadão é sancionado com a proibição da assistência as aulas. As faltas resultantes da aplicação da sanção são injustificaveis”.

Na segunda circular no seu número 1 refere que “é permitido o uso de lenço nas instituições do ensino público e particular no período de Ramadão; no número 2 refere que é revogada a circular número 1387/2012, de 13 de Junho e para no seu número 3 referir que a presente circular entra imediatamente em vigor”.

Abdul Mussagy refere que as exigências não são somente lançadas para o ministro da Educação mas sim para todo o Governo moçambicano para que valorize e deixe de violar a lei islâmica.

Mussagy disse ainda que depois dos 50 anos do partido Frelimo e 37 da independência nacional, esperava um Moçambique melhor, de paz, tolerância e respeito mútuo, onde a prioridade da agenda fosse Harmonia social.

“A comunidade Muçulmana faz e fará parte do povo moçambicano até o dia em que se publicar o contrário, ela contribuiu desde a fase pré-colonial, colonial e pós-colonial até aos nossos dias, de grande forma para os diferentes aspectos de agenda do desenvolvimento deste país sem necessidade de se especificar. Todavia, não faz sentido somente ser utilizada e excluída”, disse.

O porta-voz da Alimo avançou que para a comunidade muçulmana os 37 anos de independência ainda são poucos para esquecer a amargura do passado colonial com a total exclusão na educação e instrução assim como, ser considerados cidadãos de terceira categoria, mas tudo se suportou com um e único objectivo, salvaguardar a fé islâmica. Referiu aquele porta-voz que os que fossem a instrução tinham que na sua maioria se sujeitar a uma fé e nomes impostos. Por isso, os muçulmanos estavam cansados com a colonização e poderiam mais se engajar na luta de libertação.

Mussagy disse que não se percebe se não foi esta a causa principal que fez com que os países islâmicos caso de Argélia e outros aceitassem o pedido para instruir os primeiros camaradas pela luta de Libertação Nacional.

“Os muçulmanos repudiam categoricamente os constantes pronunciamentos e decisões do Ministério da Educação, que de certa forma estranhamos considerando uma guerra fria que pôe em causa o Governo do dia. Num Estado de direito, matéria que tocam com a sensibilidade das religiões no país deveria ser objecto de consulta prévia, junto dos quadros versados na matéria que o país dispõe de Rovuma ao Maputo de modo a existir uma discussão e troca de opiniões o que não foi obsevado”, lamentou.

Mussagy deixou recado para o Governo moçambicano para que resolva de uma vez para todas as barbaridades que têm vindo a ferir a nação moçambicana com destaque para o uso de burcas e tantos outros males contra a humanidade e caso não aquele grupo de muçulmano poderá realizar um leque de actividades para forçar o Governo a reflectir sobre as questões em discussão.

“Chega de humilhações, discriminação, assim como instrumentalização dos directores das escolas públicas para excluírem estudantes muçulmanos; esperamos de vós uma boa colaboração dos pontos remetidos ao Governo central na sua resolução com brevidade de modo a tranquilizar os ânimos dos muçulmanos”, disse.

Contudo, aquele porta-voz destacou que o ministro e o seu vice da Educação devem formular um pedido de desculpas a comunidade muçulmano pelas ofensas formuladas nas suas circulares perante o mês de Agosto que aqueles consideram de sagrado.

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