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Espanha luta contra incêndios e cortes no orçamento

A Espanha enfrenta os seus piores incêndios em uma década, depois de as queimadas terem provocado até agora, este ano, o triplo da destruição registada em todo o ano de 2011, enquanto o orçamento dos bombeiros foi cortado pela metade como parte da redução dos gastos públicos.

Com o clima na Espanha é mais seco e quente que no ano passado, não estava imediatamente claro se o aumento dos incêndios, este ano, estava directamente relacionado ao corte orçamentário.

Mas os bombeiros estavam certos de que havia uma relação entre esses factores e pediram mais investimentos em equipamentos essenciais e uma melhor compensação pelos riscos que enfrentam.

“Houve bombeiros que não puderam envolver-se com o trabalho de combater os incêndios porque não tinham nem mesmo luvas ou botas”, disse Antonio del Rio, da unidade catalã do sindicato UGT, a um jornal.

Outros reclamaram pela falta de aparelhos de respiração. A Espanha lançou uma série de medidas de austeridade para cortar cerca de 65 bilhões de euros de seu deficit em dois anos, num esforço para evitar um resgate financeiro em grande escala, mas esses cortes inevitavelmente têm consequências nos serviços públicos.

Mais de 132 hectares de floresta já queimaram, este ano, em comparação a pouco menos de 40 hectares em 2011, afirmou o jornal El Pais, esta Quarta-feira (15), citando dados do Ministério do Meio Ambiente.

Os parques nacionais estão entre as áreas mais duramente atingidas pelos incêndios que também tiraram centenas de pessoas das suas casas.

O ministério afirmou que era responsabilidade das 17 regiões autónomas da Espanha determinar o seu próprio orçamento para combate a incêndios, mas que assumiria a responsabilidade pelas queimadas nos parques nacionais até que as autoridades regionais entrem em cena.

Catalunha, Valência e Ilhas Canárias, as três localidades que têm sido mais afectadas pelo fogo que começou, semana passada, são as regiões mais endividadas da Espanha e estão efectivamente fechadas para os mercados de capital depois de perderem as metas do deficit fiscal, ano passado.

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