O presidente do Egito, Mohamed Mursi, apareceu, Terça-feira (14) a conceder medalhas ao marechal Hussein Tantawi e a outro general colocado na reserva esta semana, numa acção que demonstra a sua autoridade sobre os militares, os antigos governantes do país.
Tantawi, de 76 anos, que foi ministro da Defesa de Mubarak por 20 anos e depois ficou à frente do Egito depois de o ex-presidente ter sido derrubado ano passado, apareceu na televisão estatal a cumprimentar Mursi e a sorrir.
Em seguida, Mursi apertou a sua mão calorosamente. Sami Enan, de 64 anos, exonerado como chefe do Estado-Maior, também apareceu a receber a sua medalha. No decreto de Domingo que determinou a aposentadoria dos dois, Mursi havia anunciado a premiação com as medalhas.
Ele elogiou o trabalho do Exército num discurso feito pouco depois da cerimónia de premiação. A decisão de colocar os generais na reserva levou a especulações sobre um confronto com os generais e uma notícia, que foi negada, de que eles estariam sob prisão domiciliar.
Tanto o Exército como a Presidência informaram que Tantawi e Enan foram consultados antes da publicação do decreto de Mursi.
Uma página do Facebook afiliada ao conselho militar publicou uma declaração afirmando que a mudança no comando foi “uma mudança natural na liderança das Forças Armadas, transferindo a responsabilidade para uma nova geração”.
A cena dos generais da reserva a receberem medalhas das mãos dum presidente islâmico era impensável antes do levante contra Mubarak, iniciado em Janeiro de 2011.
No governo de Mubarak e dos seus antecessores, a Irmandade Muçulmana, da qual Mursi faz parte, era perseguida e os seus integrantes, com frequência perseguidos. O próprio Mursi passou algum tempo na prisão.