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COI desbrava novo território depois do triunfo em Londres

Depois de Londres realizar Jogos excepcionais, pela terceira vez na sua história, o movimento olímpico começa agora a desbravar um novo território.

A Olimpíada de 2012 foi tão bem sucedida quanto as de 1908 e 1948, contrariando os alertas sobre problemas nos transportes, na segurança ou no clima.

“Esses foram jogos felizes e gloriosos”, disse o presidente do Comité Olímpico Internacional (COI), Jacques Rogge, na cerimónia de encerramento, Domingo (12).

Agora, os holofotes voltam-se para o Rio de Janeiro e para a primeira Olimpíada a ser realizada na América do Sul.

Se o evento der certo no Brasil, é possível que uma edição futura seja realizada na África, último continente que ainda não terá sediado uma Olimpíada. “O Rio é uma experiência”, disse o presidente da comissão de marketing do COI, Gerhard Heiberg.

“É novo. Eles nunca tiveram um evento tão grande em toda a América do Sul. Eles precisam de fazer muito no campo da infraestrutura.”

“Tomara que dê certo, achamos que vai dar certo. Se for bem sucedido, acho que a abertura para ir à África será ainda maior, porque prova-se que numa nação em desenvolvimento é possível. Por que não em 2024?”

O primeiro-ministro do Quénia, Raila Odinga, anunciou, esta semana, que a capital do seu país, Nairóbi, pretende candidatar-se a sede da Olimpíada de 2024, a ser definida em 2017. Para os Jogos de 2020, o COI vai escolher, próximo ano, entre as cidades de Tóquio, Madrid e Istambul.

Novos desportos, mais mulheres

A Olimpíada do Rio terá novos desportos na programação, golfe e rúgbi de sete, o que reavivou o debate sobre quais modalidades deveriam ser incluídas nos Jogos.

Os críticos argumentam que esses dois desportos, assim como o ténis e o basquete, têm os seus circuitos de elite e não deveriam ser incluídos nos Jogos, que continuam a ser a principal vitrine do atletismo, da natação e de algumas outras modalidades.

Os pragmáticos dizem que a relação é de conveniência mútua, na qual o COI recebe mais verba de patrocínio, e os desportos ganham mais visibilidade.

Um desporto que corre o risco de sumir das Olimpíadas na próxima reunião do COI, marcada para 2013 em Buenos Aires, é o pentatlo moderno, único desporto criado especialmente para as Olimpíadas da era moderna.

O termo “moderno” anexado ao nome pentatlo é enganoso. Essa competição inventada pelo barão de Coubertin, fundador dos Jogos contemporâneos, reproduz as aventuras que um soldado enfrentaria no século 19.

Manté-la hoje só faz sentido por razões sentimentais. Um legado de Londres para o Rio de Janeiro e para as próximas edições é o da participação feminina. Brunei, Catar e Arábia Saudita enviaram atletas para disputas femininas pela primeira vez, e o boxe feminino estreou com retumbante sucesso.

“O combate foi bonito”, disse a marroquina Nawal El Moutawakel, primeira muçulmana a ganhar uma medalha olímpica e eleita vice-presidente do COI antes do início da Olimpíada.

“Foi um show maravilhoso. Elas foram técnicas e altamente talentosas. Foi um passo enorme, importantíssimo. Lembrou-me da minha medalha de ouro (na prova dos 400 metros com) barreiras em 1984.”

“Ver todos os Comités Olímpicos Nacionais representados por mulheres é para mim sensacional. É um momento histórico, a primeira vez que eu vejo (mulheres) sauditas a competirem, e ver meninas do Catar e Brunei. Batalhamos por isso durante muitos anos. É muito importante.”

A Olimpíada é a maior festa do desporto mundial, mas, para o COI, a grande preocupação neste momento de incerteza económica global é manté-lo não só relevante como também solvente.

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