Os rebeldes sírios que combatem as forças do presidente Bashar al-Assad precisam da protecção de zonas de exclusão aérea e refúgios patrulhados por forças estrangeiras perto das suas fronteiras com Jordânia e Turquia, segundo um líder oposicionista da Síria.
Os combates prosseguiram, Domingo (12), na cidade de Aleppo, no norte do país, onde tanques, artilharia e francoatiradores atacaram os rebeldes em Saif al-Dawla, vizinho ao devastado bairro de Salaheddine.
Os civis sírios, desesperados para conferir a situação das suas casas, infiltravam-se pelas fluidas frentes de combate nos arredores de Salaheddine, embora os francoatiradores disparassem, e os rebeldes os aconselhassem a irem embora.
O chefe do Conselho Nacional Sírio, Abdelbasset Sida, disse que os Estados Unidos chegaram à conclusão de que a ausência duma zona de exclusão aérea que contenha a acção da aviação do governo está a atrapalhar a movimentação dos rebeldes.
Na véspera, a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, afirmou que o seu país e a Turquia estudariam algumas possíveis medidas para ajudar os inimigos de Assad, incluindo a zona de exclusão aérea, embora ela tenha indicado que nenhuma decisão é necessariamente iminente.
“Uma coisa é falar de todos os tipos de acções em potencial, mas não se podem tomar decisões razoáveis sem fazer uma análise intensa do planejamento operacional”, disse ela depois de reunir-se em Istambul com o chanceler turco, Ahmet Davutoglu.
Embora uma intervenção pareça improvável, os seus comentários foram o mais perto que Washington chegou até agora de sugerir uma acção militar directa na Síria.
“Há áreas que estão a ser liberadas”, disse Sida à Reuters desde Istambul. “Mas o problema é a aviação, além do bombardeio de artilharia, causando morte e destruição.”
Ele disse que o estabelecimento de áreas protegidas nas fronteiras com a Jordânia e a Turquia é “uma coisa essencial, que confirmaria ao regime que o seu poder está a diminuir pouco a pouco.”
Uma zona de exclusão aérea imposta pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) e por aliados árabes ajudou os rebeldes líbios a derrubarem o regime de Muammar Khadafi, ano passado.
O Ocidente, no entanto, demonstra pouco apetite por repetir aquele tipo de intervenção na Síria. Rússia e China opõem-se terminantemente a qualquer intervenção estrangeira no conflito sírio.
Nas últimas semanas, os insurgentes sírios ampliaram o seu domínio nos arredores da fronteira com a Turquia, uma vez que o Exército preferiu concentrar as suas forças para retomar o controle sobre Aleppo, maior cidade e principal polo comercial do país.