A 5 de Julho do presente ano foi publicado um artigo intitulado “Navegabilidade do Zambeze: Seis empresas concorrem para o estudo do impacto ambiental”. Vários são os artigos, as notícias, as questões colocadas em redor deste assunto, que já se vem enrolando há muito tempo.
Várias foram as ocasiões, os encontros, as oportunidades, os eventos criados a propósito. O assunto reaparece ciclicamente. Parece que algo fica sempre por esclarecer…e oportunamente levantar novas questões, ora do interesse da Riversdale, ora do interesse da Associação de Carvoeiros, ou a nível do Governo do Malawi.
Grandes questões, conceitos, valores foram já levantados durante estes encontros, nomeadamente os requesitos para que a navegabilidade seja possível, estudo de impacto ambiental (EIA), a Soberania de Moçambique, a legislação em vigor, que implicações trará a navegabilidade, os procedimentos inevitáveis para que tal seja possível e que implicações trará a nível local para as comunidades ribeirinhas, para a sua sobrevivência, sustentabilidade…
O que é certo é que por tudo isto já foi elaborado um EIA pela Impacto a pedido da outrora Riversdale, agora Rio Tinto, e chumbado, segundo um artigo do Jornal Notícias citando sua Excia. o Ministro dos Transportes e Comunicação, Paulo Zucula.
Desde há muito, por várias vezes e por diferentes entidades foi levantada a questão da Navegabilidade do Zambeze.
A questão nunca avançou por se considerar inviável dadas as características particulares do Zambeze, e o que implicaria em termos económicos a sua drenagem e manutenção e os custos, se contabilizados, em termos de perda de rendimento para as muitas famílias ribeirinhas.
Outrora, quando proposta a Navegabilidade do Zambeze pelo Governo do Malawi, Moçambique afirmou que somente depois de aprovado o EIA e que Moçambique é um País Soberano. Surge agora uma nova notícia de um concurso a nível do Malawi, ao qual seis empresas se candidataram para fazer o Estudo de Impacto Ambiental (EIA).
Todo este enrolar da questão surge juntamente com a aprovação da linha férrea via Malawi para escoamento do carvão da Vale e depois do chumbo do EIA de Navegabilidade do Zambeze que iria possibilitar o escoamento de carvão da Riversdale via fluvial.
Estaremos nós num ciclo redundante de informação ou perante um jogo de interesses do qual somos convenientemente excluidos?