A produção global em Moçambique registou um crescimento assinalável ao longo do primeiro semestre do corrente ano, o que leva o Executivo de Armando Guebuza a manifestar o seu optimismo com relação as metas planificadas e manutenção do “bom” desempenho económico do país em 2012.
Segundo o Balanço do Plano Económico e Social (PES) referente ao primeiro semestre, analisado e aprovado, Terça-feira (7),, pelo Conselho de Ministros, reunido na sua 28a sessão ordinária, o Estado arrecadou em receitas 43,567.3 milhões de meticais (1,6 mil milhões de dólares), o que representa 45,6 da meta anual calculada em 94.538 milhões de meticais (3,4 mil milhões de dólares).
Falando a imprensa, no término da sessão do Conselho de Ministros, o responsável pelo pelouro da Planificação e Desenvolvimento, Aiuba Cuereneia, disse que a produção global registou um crescimen- to de 7,3 por cento no primeiro semestre, quando a previsão anual é de 8,5 por cento.
Este resultado deveu-se ao desempenho dos sectores de construção, indústria ex- tractiva, transportes e comunicações, agricultura e indústria de manufacturação.
Segundo Cuereneia, o sector de construção contribuiu para o crescimento da produção global na sequência do volume de investimentos na construção e reabilitação de infra-estruturas públicas e privadas.
A indústria extractiva teve um grande impacto mercê da contribuição das areias pesadas de Moma e do início da produção de carvão mineral em Moatize e Benga, empreendimentos localizados na província centro-norte que são explorados pelas mineradoras brasileira Vale e anglo-australiana Rio Tinto.
Paralelamente, o sector de transportes e comunicações contribuiu para os resultados alcançados devido entrada em funcionamento da linha de Sena, no centro do país, bem como ao reforço da frota rodoviária para os serviços públicos, crescente demanda de serviços resultantes da expansão das zonas peri-ur- banas e início de actividades da terceira operadora de telefonia móvel, a Movitel.
“Os indicadores do desempenho da economia ao longo do primeiro semestre deste ano são bastante encorajadores. A produção global registou crescimento de 7,3 por cento, a inflação média está no bom caminho. Até Junho tínhamos alcançado um nível de 6,18 por cento, contra a meta anual de 7,2 por cento”, disse o ministro.
Prosseguindo, Cuereneia explicou que as exportações referentes ao primeiro trimestre atingiram 30 por cento do valor total planificado, correspondente a 938 milhões de dólares.
Enquanto isso, “as reservas internacionais (poupanças do país depositadas no exterior), atingiram 2.264 milhões de dólares, e o plano prevê 2.438 milhões de reservas. O metical teve apreciação em relação ao dólar de 2,95 por cento e em relação ao Rand, na ordem de 14,8 por cento” explicou.
Para Cuereneia, estes resultados mostram que o país está a resistir aos choques externos, tais como a reduzida demanda de matérias-primas, o que afecta as exportações do país.
“Com estes dados prevemos que podemos alcançar os indicadores e as metas planificados para este ano. As perspectivas de crescimento da nossa economia são boas e isso significa também que as exter- nalidades existentes e que afectam a nossa economia estão a ser bem combatidas, sobretudo no que refere a crise da Zona Euro”, sublinhou.
O balanço do PES deverá ser submetido à Assembleia da República, o parlamento moçambicano, até 15 de Agosto corrente, para ser debatido e aprovado na próxima sessão que inicia em Outubro próximo.