O marechal-de-campo Hussein Tantawi manteve o seu posto de ministro da Defesa no novo governo do Egito, empossado, esta Quinta-feira (2), pelo presidente Mohamed Mursi, da Irmandade Muçulmana.
A presença de Tantawi reafirma o papel dos militares no epicentro do poder. A inclusão de Tantawi no governo do primeiro-ministro Hisham Kandil já era esperada, mas pôs em evidência a disputa de poder entre o presidente civil, dum grupo islâmico que era banido, e os generais que tiraram Hosni Mubarak do poder.“Começamos do zero? Com certeza, não”, disse Kandil durante uma entrevista colectiva. “Houve um trabalho sério e dedicado no último período dos governos anteriores, o qual devemos seguir.”
Além da inclusão de Tantawi, ministro da Defesa de Mubarak por duas décadas, o novo governo apoiou-se bastante nos burocratas de nível senior que comandaram o governo nos últimos dias de Mubarak. O primeiro-ministro que deixou o poder, Kamal al-Ganzouri, foi nomeado assessor de Mursi.
No entanto, a inclusão de pelo menos quatro membros da Irmandade Muçulmana no governo representa um rompimento notável com o passado.
Um deles será ministro da Informação, o que deixará o grupo com a incumbência de comandar uma poderosa instituição que supervisiona a TV estatal egípcia.