Mais de cento e cinquenta alunos, maioritariamente do sexo feminino, não estão a participar às aulas referentes ao terceiro semestre, que arrancaram, passada Segunda-feira, em virtude de terem sido submetidos aos ritos de iniciação, segundo disse Henriques Jumaine, director distrital do sector da Educação.
Jumaine referiu, em entrevista à nossa Reportagem, que primeiramente teria acordado com os pais e encarregados da educação para que os alunos fossem submetidos aos ritos nas férias finais do ano lectivo.
Mas, devido à insistência destes, alegadamente que neste período possuem muita quantidade de comida para as festas, acabou-se concordando que as cerimónias fossem realizadas antes do dia 22 deste mês.
“Só que agora eles alegam que não podem tirar os seus filhos porque estão de jejum e só podem tirar depois de terminar. Mas estamos a negociar para que estes, em coordenação com os promotores destes ritos de iniciação, dispensem os alunos que estão acompanhar os outros, para participar nas aulas, e ao fim do dia regressaram ao acampamento, porque o que está a acontecer é que tanto o aluno submetido aos ritos de iniciação assim como os acompanhantes ficam lá todo o dia, perdendo as aulas” — disse Jumaine.
Precisou ainda que a situação é muito preocupante, dando exemplo no povoado de Nzilo, onde foram submetidas 45 meninas todas da 1ª classe aos ritos de iniciação.
“É só ver: num povoado foram submetidas 45 crianças e nos outros povoados quantas crianças foram submetidas nestas cerimónias?” — interrogou-se Jumaine.
Em Majune, ainda de acordo com a fonte, persistem cenários de casamentos prematuros, o que de certa maneira tem resultado na desistência das alunas e vezes sem conta tem se registado mortes maternas, não obstante a instituição que dirige sensibilizar os pais e encarregados da educação, para deixarem as alunas concluírem pelo menos o nível básico.
De acordo com Henriques Jumaine, existem 31 escolas em Majune, duas das quais de construção precária, que leccionam de 1ª a 10ª classe.