Pelo menos 18 pessoas foram mortas em combates violentos entre duas comunidades por causa de terras no sul da Etiópia e 20.000 refugiados fugiram para o Quénia, disse a Sociedade da Cruz Vermelha do Quénia (KRCS) nesta segunda-feira.
O confronto eclodiu na quinta-feira passada por causa de uma disputa sobre a decisão do governo etíope de assentar a comunidade Garri em terras que a comunidade Borana alega ser sua, explicou a KRCS em um comunicado em seu site.
Milhares de refugiados, segregados por etnia, estão acampados em escolas e em uma mesquita em torno da cidade queniana de Moyale. Outros estão a receber abrigo de moradores locais quenianos. “A maioria das famílias está no frio, a céu aberto, com seus filhos por falta de abrigo”, disse a KRCS. “A situação humanitária é terrível tendo em mente que os efeitos da seca no Chifre da África sobre as populações nas áreas de conflito também estão sendo sentidos”, acrescentou.
As comunidades Garri e Borana envolvem as fronteiras do Quénia e da Etiópia. A vida no norte árido do Quênia é precária, com milhões de pessoas ainda dependentes de ajuda alimentar após uma seca severa em 2011.
Comunidades pastoris fortemente armadas regularmente brigam por água, terra e gado nas fronteiras remotas. Alguns refugiados começaram a voltar para a Etiópia nesta segunda-feira depois que o governo federal da Etiópia interveio nas áreas atingidas pelo confronto, disse Abbas Gullet, secretário-geral da KRCS, à AlertNet.
“As forças de segurança federais estão tomando o controle da situação de segurança das autoridades de segurança regionais e eles estão procurando uma solução amigável para as disputas”, contou Gullet.
Pelo menos 12 pessoas ficaram feridas, mas elas relutam em procurar ajuda médica em instalações que pertenceriam a comunidades rivais, explicou a KRCS.
“As lesões relatadas incluem ferimentos por arma, fraturas, hemorragias, e hemorragia interna”, disse.
A equipe de socorristas da filial da KRCS em Moyale está esperando por mais mortes para chegar à fronteira com o Quénia a partir do interior da Etiópia, onde a luta está ocorrendo, afirmou a KRCS.