As autoridades sanitárias do distrito de Mossuril, província de Nampula, registaram um considerável incremento dos casos de malária. Sem revelar dados comparativos, a directora dos Serviços Distritais de Saúde, Mulher e Acção Social de Mossuril, Emília de Lurdes Chipondene, disse que durante o primeiro semestre deste ano o distrito foi caracterizado por internamentos na maior unidade sanitária daquela região costeira com destaque para as pessoas adultas como os principais vítimas.
Entretanto, Emilia de Lurdes Chipondene disse que o seu sector junto de outras entidades do governo distrital encontra-se a realizar actividades visando a sensibilização das comunidades sobre as boas práticas tendo em conta a prevenção e combate a aquela doença cujas causas se traduzem no uso incorrecto da rede mosquiteira que protege as famílias contra o mosquito causador da malária.
Aquela responsável falava aos jornalistas no âmbito do lançamento da campanha de distribuição das redes mosquiteiras as comunidades daquele distrito costeiro, evento realizado nesta segunda-feira, simultaneamente com os distritos de Angoche e Ilha de Moçambique.
Na circunstância, Emilia Chipondene mostrou-se esperançada na redução significativa dos diagnósticos envolvendo pessoas que padecem com a malária através da campanha de distribuição das redes mosquiteiras a mais de 150 mil agregados familiares a nível do seu distrito. “Anteriormente, essas oportunidades beneficiavam apenas as mulheres grávidas, mas desta vez temos o caso particular de integrar todas as pessoas que compõem os agregados familiares”, acrescentou a fonte.
Por outro lado, aquela dirigente apelou as comunidades no sentido de usarem devidamente as redes mosquiteiras seguindo as instruções transmitidas pelos técnicos de saúde envolvidos na actividade de educação cívica.
A nossa entrevistada explicou que as pessoas que foram encontradas em flagrante a desviarem as redes mosquiteiras, serão multados no valor de 25 mil meticais e caso não dispunham deste valor serão detidos pelas autoridades policiais do distrito, uma medida que, segundo a fonte, visa, essencialmente, desencorajar o desvio de aplicação das redes em detrimento de proteger as famílias contra as picadas dos mosquitos, causador da malária.
Por seu turno, Joaquim Chau, coordenador provincial da Malária Consortium, Organização Não Governamental que financiou este projecto no âmbito da sua contribuição como membro da sociedade civil na promoção e prevenção da malária, porquanto, as entidades governamentais a vários níveis têm a missão de apoiar através da disponibilização dos fármacos para o tratamento da doença.
Entretanto, deu a conhecer que a referida campanha está enquadrada no projecto de prevenção e controlo da malária em Moçambique financiado pelo fundo global e que o mesmo iniciou com os trabalhos de implementação desde o ano de 2011. Trata-se de uma actividade que é o culminar de um processo que está sendo desenvolvido desde a realização do recenseamento visando, sobretudo, apurar o nível de risco de acordo com a realidade das comunidades incluindo a composição do número dos membros de cada agregado familiar. E, segundo a fonte, depois faz-se a micro-planificação no sentido de se trabalhar com dados que revelam a realidade da província.
O coordenador da Malaria Consortium disse que as equipas que estiveram responsabilizadas na realização do referido recenseamento enfrentaram problemas relacionados com aspectos políticos e falta de cumprimento de outros processos de recenseamento realizados anteriormente com promessas idênticas. Mas com o envolvimento dos chefes dos postos administrativos, localidades e líderes comunitários, a situação foi mudando com o andar do tempo.
Em relação aos resultados esperados desta iniciativa, os respectivos implementadores esperam que o impacto se reflicta na redução dos casos de malária a nível dos distritos em particular e da província de Nampula em geral, além de garantir a melhoria do estado de saúde das comunidades permitindo o desenvolvimento das respectivas condições de vida.
Joaquim Chau afirmou que depois de decorrer a actividade de distribuição das redes mosquiteiras, serão levadas a cabo trabalhos de monitoramento para a sensibilização da população para a transmissão de conhecimentos para o uso efectivo da rede. Presentemente, no que tange às previsões em relação à abrangência do programa, estão agendadas 150 mil famílias com um total de mais de 63.902 mil redes mosquiteiras.
População satisfeita com a iniciativa
A população beneficiária desta iniciativa manifestou a sua satisfação em relação à campanha de distribuição de redes mosquiteiras que acredita que a mesma vai reduzir o nível de sofrimento sobre as doenças que são causadas pela picada de mosquito anófeles. Em contacto com Mariamo Ali disse que a sua família vai cumprir com as recomendações da equipa técnica que deu instruções relacionadas com o bom uso das redes mosquiteiras dentro das residências. Agira Ibraimo agradeceu o facto de a sua família estar contemplada na distribuição das redes para proteger-se das picadas dos mosquitos, causadores da malária e disse que vai fazer uso correcto da mesma.
Situação epidemiológica do distrito de Mossuril
A directora distrital dos serviços distritais de Saúde, Mulher e Acção Social de Mossuril, Emília de Lurdes Chipondene, disse que o distrito não registou melhorias e nem fracassos dos sucessos das actividades realizadas, mas referiu que alguma população daquela região prefere dirigir-se as unidades sanitárias, pese embora as mesmas se localizem em longas distâncias em relação à população.
Entretanto, existem esforços visando o melhoramento dos trabalhos para a recuperação das vias de acesso e garantir o acesso às unidades sanitárias e reduzir o rácio hospital-população, embora existam hospitais que se localizam a mais de 20 quilómetros de raio. Esforços visando garantir a superação dos problemas da população daquela responsável disse que estão já disponíveis fundos para a construção de um centro de raiz dos serviços de saúde do posto administrativo de Lunga, distrito de Mossuril para reduzir a distância percorrida pela população quando pretende atingir uma unidade sanitária para o tratamento de uma determinada doença.
Em relação à doença de HIV/SIDA, a fonte disse que, actualmente, os parceiros estão já a ganhar a consciência de que é necessário que seja feito um diagnóstico para poder perceber o nível de seroprevalência da doença e com isso a situação do SIDA tende a reduzir no seio da população.