Damasco e Aleppo, as duas maiores cidades da Síria, foram bombardeadas, esta Quinta-feira (26), por forças leais ao presidente Bashar al Assad, que tentam expulsar os rebeldes dos principais centros de poder do país.
Depois de tornar-se um dos mais graduados desertores do actual regime, o general de brigada Manaf Tlas apresentou-se como alguém capaz de unir a fragmentada oposição dentro e fora da Síria numa eventual transferência de poder.
O conflito na Síria começou há mais de 16 meses, mas entrou numa nova fase, semana passada, quando um atentado rebelde matou quatro integrantes do alto escalão do regime, gerando entre os seus inimigos a expectativa de que os dias de Assad no poder estariam contados.
Mas, desde então, as forças do governo endureceram significativamente a sua resposta à revolta armada. Aviões de combate foram vistos em acção sobre Aleppo, e fontes da oposição disseram que os combatentes rebeldes estão a ser sumariamente executados nas ruas de Damasco.
Na manhã desta Quinta-feira (26), os moradores dos bairros da zona sul da capital relatavam pelo menos um bombardeio por minuto, durante cerca de três horas.
Os helicópteros estavam a atacar o bairro de Hajar al Aswad, um dos últimos redutos dos rebeldes na cidade depois de vários dias de combates nas ruas, segundo os activistas.
Depois de acuar os rebeldes em Damasco, semana passada, o Exército voltou para Aleppo, reforçando a sua presença na cidade com uma coluna de blindados que antes operava numa remota província do norte.
Isso foi visto como um sinal de que o governo fará de tudo para não perder o controle sobre o principal pólo comercial da Síria, uma cidade com 2,5 milhões de habitantes.
Houve intensos combates em Aleppo nas primeiras horas desta Quinta-feira, e os activistas dizem que os rebeldes agora controlam metade da cidade, uma afirmação que não pôde ser verificada de forma independente.
“Houve bombardeios hoje de manhã nos bairros de Salaheddine e Mashhad”, disse o activista local Abu Hisham. “Agora parou, mas os helicópteros estão a zumbir aqui em cima.”
Os activistas disseram que 24 pessoas foram mortas em combates, Quarta-feira (25), em Aleppo e arredores. Desde o início da revolta, estima-se que cerca de 18 mil pessoas tenham sido mortas.