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Moçambique introduz vacina contra cancro do colo do útero

Moçambique poderá introduzir entre 2014 e 2015 a vacina HPV, que se destina a prevenir o cancro do colo do útero, um problema que, apesar de prevenível e curável, ainda graça muitas mulheres no país.

O anúncio foi feito, esta Terça-feira  (24), pela vice-Ministra da Saúde, Nazira Abdula, falando à AIM, em Lusaka, momentos depois do encerramento da VI conferência sobre a erradicação do cancro do colo do útero (SCCA), um evento organizado pelo Fórum das Primeiras-Damas Africanas Contra esta doença e que contou com a participação da Primeira-Dama moçambicana, Maria da Luz Guebuza.

Segundo Abdula, a vacina poderá ser financiada pela Aliança GAVI, uma parceria público – privada global que se dedica, entre outras acções, a salvação de crianças, através de financiamento de programas de imunização.

“Para a vacina HPV já submetemos a nossa candidatura para podermos ser elegíveis ao financiamento. Depois faremos um estudo de demonstração e, posteriormente, eles poderão aprovar o respectivo financiamento. Assim, esperamos introduzir esta vacina em 2014 ou 2015”, afirmou.

Conhecido pela sigla HPV, o vírus papillomavirus humano é responsável por cerca de 75 por cento das causas do cancro do colo do útero, doença que é tida como a segunda mais comum entre as mulheres em todo o mundo, com cerca de 500 mil novos casos e 250 mil mortes por ano, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Cerca de 80 por cento desses casos ocorre em países pobres, como é o caso de Moçambique.

Aliás, segundo a vice – Ministra, 80 por cento dos casos de cancro do colo do útero diagnosticados nas mulheres em Moçambique já estão em fase terminal, sendo praticamente impossível evitar a sua morte.

Por isso, a introdução desta vacina será muito importante para evitar a perda de vida das mulheres devido ao cancro do colo do útero.

Contudo, a governante disse que desde 2008, o rastreio do cancro do colo do útero passou ao rastreio do cancro do útero e da mama, integrando o na consulta do planeamento familiar, o que permite o início imediato do tratamento da doença.

Segundo disse, esses serviços já são realizados em diversos hospitais das capitais provinciais, havendo casos de províncias com entre dois e três unidades sanitárias que também prestam essa assistência.

“O desafio agora é expandirmos esses serviços para todos os distritos, mas porque queremos implementar isso em todas as unidades sanitárias do país também estamos a procura de financiamento”, disse ela.

Durante a VI conferência, que decorreu de Domingo a Terça-feira em Lusaka, a Aliança GAVI anunciou a sua intenção de subsidiar vacinas contra o cancro do colo do útero nos países pobres e de rendimentos médios. Mas a candidatura de Moçambique já havia sido submetida para beneficiar de subsídios.

Basicamente, esta aliança disponibiliza-se a financiar as vacinas, desde que os governos se comprometam a pagar 20 cêntimos do dólar EUA por cada dose. Para o caso da vacina HPV, a mulher toma três doses durante o processo de vacinação.

Contudo, para Moçambique, estes condicionalismos não constituem nenhuma novidade, já que o país beneficia dos financiamentos da Aliança GAVI desde a introdução das campanhas de vacinação contra várias doenças no país. Em todos esses casos, os financiamentos foram sujeitos a esses condicionalismos.

Segundo a vice-Ministra da Saúde, a Aliança GAVI já está a financiar as vacinas contra hepatite e meningite. Próximo ano será introduzida a vacina contra a pneumonia, enquanto decorrem estudos sobre a vacina de rotavírus da diarreia, devendo também começar a ser implementada em 2013.

“Quando essas vacinas são caras, eles garantem o financiamento desde que haja comprometimento do governo em subsidiar 20 cêntimos do dólar por cada dose”, explicou Nazira Abdula, acrescentando que “já estão abertas as inscrições para candidaturas da vacina de HPV”.

Ela referiu que ‘eles querem que os outros programas de vacinação estejam a bom curso, já que devem ser administradas em conjunto e exigem que o país disponibilize equipamentos de conservação, como geleiras, logística de transporte e pessoal”.

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