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Aquecimento oceânico provocou surgimento de bactéria na Europa

A mudança climática provocada pelo homem está por trás do surgimento inesperado dum grupo de bactérias no norte da Europa que pode provocar gastroenterite, mostra um novo estudo feito por um grupo de especialistas.

O estudo, publicado, este Domingo (22), no periódico Nature Climate Change, forneceu algumas das primeiras fortes evidências de que os padrões de aquecimento do Mar Báltico coincidiram com o surgimento das infecções pela bactéria Vibrio no norte da Europa.

O Vibrio é um grupo de bactérias que costuma crescer nos ambientes marinhos tropicais e quentes.

A bactéria pode provocar várias infecções nos seres humanos, com sintomas parecidos ao cólera e a gastroenterite de comer frutos do mar crus ou mal cozidos ou da exposição à água do mar.

Um grupo de cientistas de instituições na Grã-Bretanha, Finlândia, Espanha e Estados Unidos examinaram registos nas temperaturas da superfície do mar e dados de satélite, além de estatísticas em casos de vibrião no Báltico.

Eles descobriram que o número e a distribuição dos casos na região do Mar Báltico estavam fortemente relacionados aos picos nas temperaturas da superfície oceânica.

A cada ano que a temperatura subiu um grau, o número de casos de Vibrio subiu quase 200 por cento.

“Os maiores aumentos aparentes que vimos em casos durante anos de onda de calor (…) tendem a indicar que a mudança climática está de facto a provocando infecções”, disse à Reuters um dos autores do estudo, Craig Baker-Austin, do Centro para o Meio Ambiente, Pescaria e Ciência de Aquicultura, com sede na Grã-Bretanha.

Aquecimento oceânico

Estudos climáticos mostram que as crescentes emissões de gases que provocam o efeito estufa fizeram as médias globais das temperaturas de superfície aumentar em 0,17 graus Celsius em uma década, de 1980 até 2010.

O estudo do Vibrio concentrou-se no Mar Báltico porque ele aqueceu-se a uma velocidade inédita de 0,063 para 0,078 graus Celsius por ano de 1982 até 2010, ou 6,3 para 7,8 graus por século.

“Representa o ecossistema marinho examinado que mais rapidamente aqueceu-se até agora em qualquer lugar da Terra”, dizia a revista.

Muitas bactérias se desenvolvem bem em água do mar quente e de baixa salinidade. Além do aquecimento, a mudança climática provocou chuvas mais frequentes e mais fortes, que reduziram o conteúdo de sal dos estuários e das zonas húmidas costeiras.

Os cientistas disseram que se as temperaturas oceânicas continuarem a subir e as regiões costeiras no norte tornarem-se menos salinas, a bactéria Vibrio vai aparecer em novas áreas.

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