Um tribunal chinês manteve, esta Sexta-feira (20), a multa de 2,4 milhões de dólares por evasão tributária imposta ao mais famoso dissidente do país, Ai Weiwei, que foi proibido de assistir à audiência.
Os críticos acusam o governo chinês de usar esse processo para calar o polémico artista. Ai havia solicitado à Corte Distrital de Chaoyang que anulasse a multa imposta à produtora Beijing Fake Cultural Develoment, para a qual ele trabalha.
O artista, que já havia declarado não ter “esperança absolutamente nenhuma” de vencer o recurso, disse que a polícia impediu-lhe de comparecer à audiência.
“O veredicto de hoje mostra que este país, mais de 60 anos depois da sua fundação (como regime comunista), ainda não tem um processo judicial básico, ainda não tem respeito pela verdade, e nunca dará aos contribuintes e cidadãos a capacidade de se justificarem”, disse Ai.
“Todo o Judiciário está envolto em escuridão”, disse o artista aos jornalistas na sua casa, na zona nordeste da capital, depois do veredicto.
Ele disse ainda que vai recorrer a uma instância superior para processar o tribunal de Chaoyang, num sinal de que continuará a ser uma pedra no sapato do governo.