O Posto Administrativo de Ressano Garcia, Sul de Moçambique, vai, proximamente, tornar-se num verdadeiro pólo de geração de energia a partir do gás natural.
Segundo o Presidente moçambicano, Armando Guebuza, que discursava momentos depois de inaugurar naquele ponto do distrito da Moamba uma central a gás natural de 107,5 MW, com a materialização de outros projectos previstos para os próximos dois anos, “o nome de Ressano Garcia passará a fazer parte dos grandes centros de produção de energia no País e na região”.
Manifestando a convicção de que Ressano Garcia, Moamba e toda a província de Maputo tudo farão para garantir a preservação da central e de outros empreendimentos que ‘vão nascer’, Guebuza afirmou que “estas são conquistas do maravilhoso Povo Moçambicano” com impacto além fronteiras.
A Central Eléctrica da Aggreko, uma multinacional britânica líder mundial no fornecimento de energia e de soluções de controlo de temperatura, é um grande empreendimento, o primeiro do seu nível, de produção de energia a partir de um dos recursos naturais mais abundantes em Moçambique, o gás natural.
“Representa, por isso, um passo importante no processo de desenvolvimento social e económico, tendo em vista a criação do bem-estar dos moçambicanos, através da maximização dos benefícios associados aos recursos naturais, com destaque para os recursos energéticos que conferem ao nosso Moçambique uma posição mundial privilegiada”, declarou Guebuza.
Ele disse, por outro lado, que o aumento da disponibilidade de energia é uma condição fundamental para a atracção de investimentos, sendo assim importante associar-se à disponibilidade, a componente fiabilidade e qualidade da energia fornecida.
Segundo Guebuza, a fiabilidade e a qualidade da energia fornecida dependem não só da eficiência na produção, como também do desempenho das demais infra-estruturas associadas, como são os casos das linhas eléctricas.
É por esta razão que Guebuza sublinhou a importância da participação de todos na prevenção e combate à vandalização das infra-estruturas eléctricas e roubo de materiais e equipamentos eléctricos.
Com efeito, indicou o Presidente, a disponibilidade de energia em condições de segurança e fiabilidade de fornecimento é um factor determinante para o desenvolvimento, por exemplo, de agro-indústrias que geram postos de trabalho e induzem a segurança alimentar e nutricional.
Com a energia eléctrica, também se criam condições apropriadas para a melhoria dos serviços de saúde, educação, abastecimento de água e para a viabilização da instalação e operacionalização das tecnologias de informação e comunicação.
O sector eléctrico está a desenvolver-se de forma rápida e sustentável em Moçambique, sendo que a expectativa do Presidente Guebuza é que nos próximos tempos se registe um crescimento e expansão ainda maior, impulsionado pela existência de um elevado potencial energético no País.
Naquela ocasião, Guebuza afirmou que “as descobertas de enormes quantidades de gás e de carvão vão constituir-se em factores preponderantes na industrialização da nossa Pátria Amada.
Por isso, a construção da Espinha Dorsal e a concepção de projectos de produção de energia a partir do carvão e do gás visam assegurar que mais espaços geográficos de Moçambique tenham acesso à energia, para alem de se abrir boas perspectivas para países na Região onde a sua disponibilidade se tornou acentuadamente crítica, nos últimos anos”.
A central hoje inaugurada localiza-se próximo a fronteira com a África do Sul e é alimentada pelo gás natural extraído nos campos de gás de Temane, na província de Inhambane, Sul de Moçambique.
A energia será injectada directamente na rede nacional da empresa pública de distribuição de electricidade em Moçambique, a EDM.
Os 107,5 MW serão divididos entre a EDM (15 MW) e a sua congénere sul-africana, a Eskom (92,5 MW).
Este é o primeiro projecto de uma empresa privada para fornecer energia transfronteiriça, na África Austral.
Os investimentos da Aggreko, em montante não revelado, incluem outras infra-estruturas como é o caso de um gasoduto de 1,2 quilómetros de alta pressão, infra-estruturas de processamento de gás e despressurização, uma subestação principal e 1,5 quilómetros de linha de transmissão de 275 KV. A construção levou cerca de 14 semanas, uma característica das operações mundiais da Aggreko.