Visitantes que chegam para a Olimpíada de Londres poderão enfrentar longas filas nos aeroportos devido ao estado de greve declarado na quarta-feira por agentes de controle fronteiriço, que pleiteiam por melhores salários e a recontratação de colegas demitidos.
Nos últimos meses, os guichês de controle de passaportes nos aeroportos da Grande Londres já vinham se mostrando aquém da demanda, e alguns passageiros precisam esperar horas após o desembarque em Heathrow, por causa da escassez de agentes.
O sindicato de Serviços Públicos e Comerciais (PCS) – um dos mais militantes da Grã-Bretanha – disse que seus integrantes, inclusive os agentes de fronteira e migração, apoiaram o estado de greve, como parte da disputa com o Ministério do Interior.
A Olimpíada de Londres começa em 27 de julho, e centenas de milhares de visitantes devem chegar diariamente a Londres nas próximas semanas. Especialistas preveem que 13 de agosto, dia seguinte ao fim do evento, será a jornada mais movimentada na história de Heathrow, aeroporto mais movimentado da Europa.
Os sindicalistas devem anunciar na quinta-feira as datas e o tipo de ação a ser tomada, mas o governo disse que haverá pouco apoio da opinião pública à paralisação, já que ela foi aprovada com um quórum de apenas 20 por cento dos filiados.
Uma fonte do sindicato disse que seus líderes estão cogitando ativamente uma paralisação nos dias de maior movimento nos Jogos. “Vamos ver as datas chaves”, disse a fonte à Reuters. O sindicato diz que as filas em Heathrow se devem a uma redução de 22 por cento no número de agentes, como parte das medidas de austeridade adotadas pelo governo para reduzir o déficit público. Em 30 de abril, alguns passageiros que desembarcaram no Terminal 4 enfrentaram filas de até três horas.
Mark Serwotka, secretário-geral do PCS, disse em nota que “os ministros conhecem essas questões há muitíssimo tempo, mas escolheram não agir”. “Acreditamos que eles agiram de forma imprudente e irresponsável ao cortarem tantos empregos e, no caso da Agência de Fronteiras do Reino Unido, eles simplesmente tentaram encobrir as falhas mobilizando funcionários gravemente destreinados nas nossas fronteiras.”
O governo arregimentou funcionários extras para ajudarem nos trâmites fronteiriços durante a época da Olimpíada. As autoridades já estão sendo pressionadas na reta final dos preparativos por causa do recente anúncio de que a firma de segurança G4S não será capaz de contratar todos os vigilantes que havia prometido, o que obrigou o governo a mobilizar pelo menos 3.500 militares para tarefas de segurança.