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Líder da Coreia do Norte consolida o poder sobre o Exército

O líder máximo da Coreia do Norte, Kim Jong-un, foi promovido a marechal do Exército, principal patente militar norte-coreana, consolidando o seu poder sobre o isolado e miserável país, cujas Forças Armadas têm 1,2 milhão de componentes.

A decisão foi tomada, Terça-feira (17), e noticiada no dia seguinte pela imprensa estatal, e ocorre depois do expurgo do antigo chefe do Estado-Maior, general Ri Yong-ho.

Kim, que tem menos de 30 anos, assumiu o poder na Coreia do Norte em Dezembro, depois da morte do seu pai, Kim Jong-il.

Ele já é o chefe do Partido dos Trabalhadores da Coreia e primeiro-presidente da Comissão de Defesa Nacional.

Antes de Kim Jong-il, o país foi governado pelo avô do actual líder, Kim Il-sung, herói da resistência aos invasores japoneses na 2ª Guerra Mundial, e fundador do regime comunista instaurado depois disso.

Kim Il-sung, com quem Kim Jong-un tem notável semelhança física, continua a ser venerado como eterno presidente do país. “O culto à personalidade cercando a família Kim realmente foi transferido para Kim Jong-un”, disse Daniel Pinkston, da consultoria International Crisis Group, que esteve, este mês, no país e conversou, Terça-feira, com jornalistas em Seul.

A China, única aliada relevante da Coreia do Norte, evitou uma congratulação ostensiva a Kim pela nova patente.

“China e Coreia do Norte são vizinhas amistosas, e desejamos um suave desenvolvimento de todas as tarefas na Coreia do Norte sob a liderança do camarada Kim Jong-un e do Partido dos Trabalhadores da Coreia”, disse a nota da chancelaria chinesa.

Além de reforçar o seu poder junto aos militares, Kim Jong-un vem esforçando-se para transmitir uma imagem menos sisuda do que o seu pai.

Depois do final do período de luto oficial, ele já foi mostrado na imprensa estatal a rir com os encarquilhados generais, a gesticular com satisfação num desfile militar e, para surpresa de muitos, a falar em público.

A maioria dos norte-coreanos nunca ouviu a voz do pai dele. Num fim de semana, ele apareceu num show musical ao lado duma jovem misteriosa, e aplaudiu com entusiasmo à apresentação de canções de rock.

Além de promover-se a marechal e destituir o general Ri, o regime de Kim também promoveu a vice-marechal um oficial relativamente jovem e desconhecido, Hyon Yong-chol.

Os analistas dizem que essas medidas indicam uma mudança de geração no entorno do jovem líder, mas sem sinalizar mudanças substanciais nas políticas do país.

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