Nenhum Presidente estrangeiro compareceu na terça-feira em Bissau para as exéquias de João Bernardo Vieira, que segundo um seu antigo companheiro de armas, o cabo-verdiano Osvaldo Lopes da Silva, “era uma figura sinistra”.
Parece ter havido um boicote generalizado ao funeral e tanto a agência noticiosa pan-africana PANA como a chinesa Xinhua referiram que isto se encontra associado à instabilidade crónica da Guiné-Bissau, onde horas antes da morte particularmente violenta do Presidente se tinha verificado o assassínio, com recurso a uma potente bomba, do chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, general Tagme Na Waie.
Noticiou-se a presença do primeiro-ministro da vizinha República da Guiné, Kabiné Komara, recentemente nomeado pela junta militar que está no poder em Conacri. Mas o Senegal apenas se fez representar por um ministro de Estado, Ousmane Ngom, e Angola pelo vice-presidente do Parlamento, João Lourenço. De Portugal estava o secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, igualmente encarregado de representar a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.
De São Tomé e Príncipe esteve o ex-Presidente Miguel Trovoada e em Cabo Verde o jornal ‘A Semana Online’ traçou de Nino um retrato “de herói da luta de libertação nacional a vilão e tirano”, que “pôs termo ao sonho de Amílcar Cabral”.