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Moçambique em 127º lugar no acesso da indústria ao financiamento

Devido a dificuldades de acesso aos créditos bancários para o desenvolvimento de pequenas e médias empresas do ramo industrial, Moçambique está na 127ª posição em termos de financiamento àquele tipo de firmas, segundo dados contidos num estudo da Associação Industrial de Moçambique (AIMO).

O estudo avaliou o acesso a financiamento de indústrias de 183 países e constatou que, “em África, Moçambique está mais atrasado que Angola, Maurícias e Tanzânia e, largamente, afastado da África do Sul”, de acordo com a pesquisa divulgada durante a II Conferência sobre Competitividade e Industrialização de Moçambique realizada esta segunda-feira, em Maputo.

De 174 pequenas e médias empresas abrangidas por aquele estudo, verificou-se que “menos de 10% do investimento realizado em capital fixo e circulante pelas pequenas e médias empresas moçambicanas provêm do sistema bancário local”, salienta ainda a mesma pesquisa.

As causas do fraco acesso a financiamento àquele ramo estão ligadas à ausência e/ou baixa operacionalidade das instituições de apoio à gestão de riscos de crédito do sistema financeiro, falta de bancos orientados para financiamento a longo prazo e concorrência movida pelo sector empresarial, destaca o documento.

Para a AIMO, em Moçambique, o crédito encontra-se concentrado nos sectores da economia em risco mínimo e retorno rápido, com destaque para particulares e comércio.

Consequências Com o aprofundamento da crise financeira internacional, os bancos vão racionar ainda mais o fluxo de recursos ao sector industrial, “ao mesmo tempo que os custos enfrentados pelos poucos que conseguem financiamentos tornar-se-ão cada vez mais altos, comprometendo a já débil capacidade competitiva do sector”, alerta ainda o estudo.

Por outro lado, o documento refere que com baixo nível de rendimento e sem recursos financeiros, “a capacidade de investimento do moçambicano médio é, em consequência, mínima”, segundo ainda a AIMO, salientando que “não é por isso surpreendente que o investimento directo estrangeiro seja 16 vezes mais que o nacional”.

Aquela situação concorre para que as empresas reduzam a sua produção na medida em que os parcos recursos mobilizados para o capital circulante têm de ser racionalizados para financiar capital fixo, “já que os créditos para esta categoria são os mais escassos do sistema financeiro doméstico”.

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